VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT
A ONG Tampatinhas Cuiabá, representada pela presidente Kelly Adriany de Lima Rondon, pediu para ser habilitada como assistente de acusação no processo contra Larissa Karolina Silva Moreira, nome social de Junior Silva Moreira, de 28 anos, acusada de maus-tratos a animais domésticos. Ela está presa por adotar e matar pelo menos quatro gatos, que foram descartados em um terreno baldio próximo à sua residência, no bairro Porto, em Cuiabá.
A Polícia Civil investiga ainda se Larissa possa ter cometido o crime de zoofilia contra os animais.
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De acordo com a petição protocolada na última terça-feira (17), foi a ONG Tampatinhas que denunciou o crime na Delegacia Especializada de Meio ambiente (DEMA), quando os fatos vieram à tona, no dia 13 de junho. Um dos gatos adotados por Larissa, inclusive, era cuidado pela organização.
Diante dos fatos, a ONG afirma não ser uma mera espectadora dos fatos, mas sim “a entidade que primeiro identificou o padrão delituoso e foi vítima direta do ardil da flagranteada, que, sob falsas promessas de cuidado, adotou um dos animais tutelados pela associação para, ao que tudo indica, submetê-lo a um destino trágico”.
Além disso, a Tampatinhas afirma também ter sido vítima dos crimes cometidos por Larissa, pois foi enganada, sofrendo dano moral e material ao ver o animal sendo entregue a um cenário de tortura e morte, tornando-se assim parte legítima para atuar junto Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) na acusação.
“A conduta da flagranteada não lesou apenas a vida do animal, mas também a própria ONG, que foi ludibriada em sua boa-fé, teve sua missão institucional frontalmente atacada e sofreu um dano moral e material ao ver um ser, que estava sob sua proteção, ser entregue a um cenário de tortura e morte. Há, portanto, legitimidade de sobra para que a entidade que desvelou o esquema criminoso possa atuar ativamente para auxiliar o Ministério Público na busca pela condenação”, diz trecho da petição.
Agora, a Tampatinhas aguarda a decisão da Justiça.
O caso
No dia 13 de junho, protetores de animais denunciaram Larissa Karolina, pois ela e o namorado dela não estavam cumprindo o acordo de manter as OGNs atualizadas sobre a situação de gatos que foram adotados por eles. Por conta disso, a representante da Tampatinhas procurou a polícia e uma equipe da Dema foi até à casa onde mora o casal, no bairro Porto.
Lá, a polícia constatou que um gato adotado havia sido morto e descartado no terreno baldio. Durante as diligências, outros animais foram encontrados sem vida no local.
Na casa de Larissa foram encontrados ainda um filhote de cachorro, várias rações para gato e nenhum felino. Um lençol sujo de sangue também foi encontrado.
A perícia agora trabalha para identificar se os gatos foram vítimas de zoofilia.
Larissa foi presa em flagrante e, após audiência de custódia, teve a prisão convertida em preventiva. O namorado dela foi liberado pois colaborou com a polícia.
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