CAROL SANFORD
DA REPORTAGEM
Manifestantes que protestam pela cassação do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB) foram proibidos de entrar na galeria do plenário da Câmara de Vereadores, na manhã desta terça-feira (29) onde ocorre a sessão ordinária da Casa.
Empunhando cartazes pedindo a saída do prefeito, o grupo liderado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) ocupou o saguão do Legislativo Cuiabano e distribuiu papeis semelhantes a notas de R$ 100, em crítica ao vídeo que flagrou Emanuel Pinheiro enchendo os bolsos com dinheiro, que conforme delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), seria propina para pagar o apoio de deputados estaduais à sua gestão.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
O objetivo dos manifestantes é pressionar os vereadores para que seja aberta uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar acusações contra o prefeito.
A comissão deve ser proposta neta terça-feira, pelo vereador Marcelo Bussiki (PSB), mas a criação depende da assinatura de ao menos nove dos parlamentares.
O verador Felipe Wellaton (PV), que apoia a criação da CPI, afirma que se não houver o número necessário de assinaturas, para instalar a investigação, eles irão entrar com um pedido de requerimento ou até com uma comissão julgadora.
"Este é o momento do vereador fazer seu papel. Os vídeos falam por si. A gente quer apurar os fatos. Esse é o papel da Câmara de Vereadoees e nós vamos fazê-lo", declarou Wellaton.
Contrários
Alguns vereadores apesar de se mostrarem “chocados” com as imagens do prefeito aceitando propina para defender a gestão Silval Barbosa, estão reticentes quanto à investigação.
É o caso do tucano Ricardo Saad, que afirmou não ter coragem de abrir uma representação contra Emanuel.
“Sou uma pessoa que só vendo para acreditar e agora até para ver essa imagem aí eu estou meio assim. O caminho a tomar eu não sei, sinceramente. Quem tem que fazer alguma coisa é a Justiça. A Câmara não tem esse papel, não tem esse poder”.
O líder do prefeito na Câmara, Lilo Pinheiro (PRP), declarou que a abertura de uma CPI seria equivocada, pois os atos teriam sido cometidos antes de Emanuel assumir a gestão municipal.
“Juridicamente, foge da alçada da Câmara. Vou mostrar que é um pedido equivocado. Mas cabe aos vereadores decidirem. Investigado o prefeito será”, comentou.
Veja vídeo