CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO
A juíza Janaína Rebucci Dezanetti, da 3ª Vara Cível de Alta Floresta (803 km ao Norte de Cuiabá), determinou que o Estado arque com o pagamento dos exames de DNA reverso para as família que alegam terem tido os bebês trocados na maternidade do Hospital Regional da cidade, em maio de 2017.
“Graças a Deus o pedido foi acatado e agora a gente começa a ver que o caso vai ser solucionado. Ainda não sei ao certo a data do exame, mas será coletado neste mês e em até 40 dias sairá o resultado”, disse a mãe.
A informação foi confirmada ao pela mãe de um dos bebês, Francielli Monteiro Garcia, de 24 anos, que disse esperar a confirmação da data do exame, mas que ainda este mês o procedimento deve ser realizado.
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“Graças a Deus o pedido foi acatado e agora a gente começa a ver que o caso vai ser solucionado. Ainda não sei ao certo a data do exame, mas será coletado neste mês e em até 40 dias sairá o resultado”, disse a mãe.
As crianças, que agora estão com nove meses, convivem com as duas famílias, pois as mães acreditam que realmente os filhos foram trocados. Segundo Francielli, a outra mãe envolvida no caso, Erivânia Danfel, também quer destrocar as crianças se for confirmado o erro.
“Eu tenho plena convicção de que o outro menino é o meu filho, 100% de certeza, mesmo sem DNA, porque ele é a cara do meu marido. E o menino que está comigo é a cara do marido do Erivânia”, disse a mãe.
Francielli disse que que agora está mais tranquila pois a Justiça está dando a devida atenção ao caso. Ela acredita que o processo correu com maior agilidade depois da repercussão na imprensa.
“A gente sempre tenta resolver da melhor forma. Se eu soubesse, teria falado na imprensa antes, porque depois que o caso foi divulgado, o processo andou mais rápido”, disse a mãe que espera resolver o caso com urgência.
O caso
O caso veio à tona depois que Francielli publicou em suas redes sociais o drama que estava enfrentando, ao tentar confirmar se o seu filho foi realmente trocado na maternidade. Ela conta que os bebês nasceram com a diferença de 20 minutos. Logo após o parto, ela precisou ser levada às pressas ao centro cirúrgico e, por isso, não teve contato com o filho.
"O caso só veio à tona porque eu fui investigar, eu fiz o DNA que deu negativo, e depois pedi para Erivânia também fazer. Ela só fez porque eu entrei com mandado de segurança. O teste dela também deu negativo. Não somos mães biológicas dos bebês que criamos", disse Francielli.
"Eu tive hemorragia então por isso eu não vi meu filho. Eu jamais me esqueceria do rosto dele. A outra mãe também não deve ter visto o bebê dela direito e os pais não acompanharam o nascimento", explicou Francielli.
Ao receber alta, ela disse que notou que o bebê dela estava com outro nome na tornozeleira de identificação e, imediantamente, ligou no hospital e foi informada que não existia a possibilidade da troca.
"Naquele hospital eles não colocam a identificação da mãe no punho, não vem pulseira, os dados vêm no tornozelo do bebê, então dificulta a visualização, porque fica coberto pela meia e a calça comprida né. E olha que depois eu me arrependi de não ter ido pessoalmente lá, mas naquele momento eu preferi acreditar que não houve a troca e deixei o tempo passar" lamentou a mãe.
Após 5 meses, Francielli foi ao posto de saúde para uma consulta e se encontrou com Erivânia. Elas se lembraram que ficaram no mesmo quarto após o parto e quando ela olhou para o bebê que estava com a outra mãe, notou que era parecido com o marido dela. Então ela questionou sobre a identificação do bebê e Erivânia confirmou que estava com nome de Francielli, mas ela achou que era o nome da enfermeira e resolveu deixar o assunto de lado.
"O caso só veio à tona porque eu fui investigar, eu fiz o DNA que deu negativo, e depois pedi para Erivânia também fazer. Ela só fez porque eu entrei com mandado de segurança. O teste dela também deu negativo. Não somos mães biológicas dos bebês que criamos", disse Francielli.
Após a constatação, as famílias procuraram a Justiça para tentar resolver o caso. Após obterem o resultado do teste de DNA, as famílias devem entrar com medida para resolver o engano, pois as mães desejam desfazer a troca. O processo corre em segredo de Justiça.
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