CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO
As queimadas em vegetações às margens da MT-251, Rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá à Chapada dos Guimarães, causam prejuízos e mobilizam bombeiros para o combate às chamas desde o mês passado. Nesta sexta (08), dois focos grandes de queimadas, um nas proximidades de acesso ao Rio Mutuca e outro na região da barreira da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), próximo à rotatória da entrada para a MT-351, mobilizaram equipes do Corpo de Bombeiros e ajudam a transformar Cuiabá em um verdadeiro caldeirão nesta época do ano. As temperaturas médias não ficam abaixo dos 36 graus, mesmo durante a noite. A sensação térmica no meio da tarde passa dos 45 graus.
De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros, o incêndio na região do Rio Mutuca está tomando uma área de preservação ambiental, dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e, por isso, o combate é feito com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversdade (ICMBIO).
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Na manhã de hoje equipes do Corpo de Bombeiros conseguiram conter as chamas próximo à PRE, mas algumas horas depois o fogo voltou a tomar conta do local.
As queimadas da estrada de chapada e nas rodovias que cortam a Capital, assim como as insistentes queimadas urbanas, deixam a cidade encoberta por densa camada de fumaça, prejudicando a saúde das pessoas, principalmente crianças e idosos, e deixando o tempo ainda mais seco e abafado na cidade e imediações.
A Capital, neste período, se transforma em uma 'panela de pressão', já que está situada em uma depressão, cercada por vales e serras. Essa característica geográfica é que torna a cidade uma das mais quentes do país e, neste período de queimadas, uma das mais inóspitas também, avalia o ambientalista Gilberto Fonseca.
"A cidade fica no limite entre a última encosta sul da Floresta Amazônica e a vasta região úmida do Pantanal. Perto também dos paredões de Chapada e o que bloqueia a chegada de massas de ar mais frio que vem do sul, tornando a cidade extremamente quente, ainda mais neste período", diz. Ele avalia que, o que falta, é consciência e por parte de quem vive aqui e mais fiscalização por parte das autoridades.
Nos cinco primeiros dias de setembro, cerca de 250 hectares do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães já foram destruídos pelo fogo.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), o número de queimadas nestes cinco primeiros dias, em todo Estado, superou o que foi registrados nos meses de junho e julho de 2017, onde foram confirmados 2701 focos de queimada em Mato Grosso, considerado o maior número do país.
O Governo do Estado já cogita ampliar o período proibitivo de queimadas que se encerraria no dia 30 de setembro.
O decreto que proíbe queimadas determina que quem utilizar fogo para limpeza e manejo nas áreas pode receber pena de detenção de seis meses a quatro anos, além de multa que pode chegar a R$ 1 mil por hectare em caso de terreno destinado à pastagem ou agricultura.