THAÍS BEMFICA
DO REPÓRTER MT
Um bebê de 2 meses morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento (Upa) de Sorriso (420 km de Cuiabá), no domingo (28). O menino deu entrada na unidade com um quadro de gripe e morreu dois dias depois, devido a uma parada cardíaca. O prontuário médico apontou uma discrepância no coração do menino momentos antes da morte.
O prontuário ainda relata que o primiero atendimento ocorreu na sexta-feira (26)à noite, no horário estendido do PSF Novos Campos (Upinha da Zona Leste), quando a criança apresentava tosse e rouquidão. Após passar pelo médico, foram prescritos medicamentos sintomáticos para gripe e a criança foi liberada.
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No dia seguinte, a mãe retornou com o menino à mesma unidade, relatando que o filho estava com dor de garganta, tosse e dificuldade respiratória. Mais uma vez a criança foi liberada para ir para casa após análise médica, uma vez que não foi constatado "esforço respiratório ou qualquer outro sintoma que exigisse a internação".
Mais tarde, no mesmo dia, a mãe foi até a UPA Sara Akemi Ichicava, onde o bebê deu entrada com tosse e dor de garganta. Após passar pelo atendimento, em que não constatou-se dificuldade respiratória, a médica solicitou um raio-x, que indicou pulmão limpo, mas uma leve discrepância no coração.
A criança retornou a Upa no domingo (28), por volta das 11 horas, e, ao passar pela triagem, já foi encaminhado para emergência. Lá, entrou em parada cardiorrespiratória durante o atendimento. A equipe médica iniciou os procedimentos de técnicas de ressuscitação cardiopulmonar por uma hora e chegou a intubar o menino.
Após fazer um novo raio-x, percebeu-se que discrepância do coração havia aumentado, mas o pulmão permanecia limpo.
Apesar de quatro médicos, profissionais de reforço e equipe de enfermagem ainda realizarem massagens e aplicação de medicação, o menino não resistiu.
A Secretaria de Saúde e Saneamento de Sorriso iniciou uma investigação para apurar o que houve, sendo aberta uma sindicância para analisar todo o atendimento recebido pela criança e uma investigação do histórico clínico e de atendimento pré-natal recebido pela mãe durante a gestação.
Amostras de materiais foram coletados e encaminhados para análise genômica no laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para identificação do que pode ter causado o óbito, caso a morte tenha sido causada por uma doença.
