CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO
A presidente da Academia Mato-grossense de Letras (AML), Marília Beatriz entregou no dia 16 de fevereiro um ofício à Prefeitura de Cuiabá e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsáveis pela execução da obra, exigindo a devolução do prédio em até 15 dias.
“Aos nossos olhos não foi feito nada demais no prédio, na verdade nem sei com o que foi gasto tanto dinheiro”, disse a presidente.
A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Cidades Históricas), do Governo Federal, destinado à preservação de prédios antigos, protegidos pelo Iphan. Em Cuiabá 16 imóveis receberão a reforma, com aporte da União na ordem de R$ 10 milhões.
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De acordo com a presidente, a obra começou em setembro de 2015, logo que ela tomou posse do cargo e o prazo máximo estabelecido para a entrega era de um ano. Ela aponta ainda que de acordo com o que apurou, foram gastos cerca de R$ 500 mil reais na reforma, mas poucas coisas foram feitas. Segundo Marília, é difícil identificar onde foram investidos tais recursos.
“Aos nossos olhos não foi feito nada demais no prédio, na verdade nem sei com o que foi gasto tanto dinheiro”, disse a presidente.
O ex-presidente da Academia, Eduardo Mahon (PSDB) disse ao , que na gestão dele [anterior a de Beatriz], o prédio foi reformado com um gasto de R$200 mil. Portanto, ele não concorda com o orçamento da atual obra.
“Na época eu fiz uma ampla reforma. Com este recurso foi feita recuperação de paredes, readequação de pisos, iluminação, pintura, tablado e ainda adquirimos mobílias”, afirma Mahon.
“Na época eu fiz uma ampla reforma. Com este recurso foi feita recuperação de paredes, readequação de pisos, iluminação, pintura, tablado e ainda adquirimos mobílias”, afirma Mahon.
A Casa que abriga também o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso é um dos imóveis mais antigos do Estado com quase 100 anos de construção.
“A AML é uma referência em cultura e educação no Estado, portanto sem a disponibilidade do prédio ficamos de mãos atadas, não podemos fazer reuniões, eventos, e nem dar continuidade às oficinas, que pretendemos fazer”, diz Marília explicando que para promover qualquer evento é necessário buscar outros espaços.
A presidente garante que se o prazo estabelecido para a devolução do imóvel não for cumprido, ela vai entrar com um processo judicial, e ainda poderá representar contra os gestores no Ministério Público Federal, pedindo uma ação por improbidade administrativa.
“Esta semana o prefeito Emanuel Pinheiro me ligou e disse que deseja conversar comigo pessoalmente. Se ele me estabelecer um prazo para a entrega, eu vou aguardar, do contrário, vou entrar com a ação”, declarou Marília.
Outro lado
O entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Cuiabá, que ficou de informar um posicionamento sobre a situação, mas até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno.