Esgoto a céu aberto corre a 100 metros da Arena Pantanal

LAÍS FERREIRA

A cerca de 100 metros da moderna obra da Arena Pantanal, esgoto a céu aberto contrasta com a paisagem. Na Avenida 8 de Abril, que concentra inúmeras casas e prédios de apartamentos, águas imundas cortam a avenida e levam, além de lixo, animais mortos, fezes e entulhos, como constatou a equipe do RepórterMT. 

O depósito de lixo e animais, além de poluir o meio-ambiente também provoca mau-cheiro. O odor incomoda moradores e comerciantes.


Entre as que se vê incomodada com a situação é a funcionária da loja Pro-Info que não quis se identificar. Segundo ela, por conta da falta de tratamento há muito mosquito pelo local, porém mesmo diante da situação, reconhece à falta de iniciativa para cobrar providências imediatas da empresa responsável pela gestão de água e esgoto.

Paulo Ferreira de Jesus, morador das imediações conta que a rotina é estressante. "Saio de casa todos os dias e dou de cara com essa nojeira, chega a me dar náusea; fico envergonhado quando recebo um parente de fora em minha casa, pois o mau cheiro é constante e, à noite, os mosquitos atacam", reclama. 

À falta de atitude por parte dos moradores e comerciantes pode resultar em problemas a saúde. Entre os problemas estão dengue, toxoplasmose, verminose das mais variadas, segundo a médica e presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed-MT), Elza Queiroz. “A área é chamada por nós (médicos), como meio altamente contaminado, tendo em vista que, nessa área há muitas bactérias”, acrescentou.
 

O problema seria facilmente resolvido com um pouco de vontade política dos governantes. Engenheiro ouvido pelo RepórterMT destaca que, para resolver o problema, só com política de governo para o saneamento básico. “O solo de Cuiabá não permite a infiltração, porém apesar da dificuldade é necessário mais investimento para viabilizar a obra. Com o investimento é possível que se faça uma rede coletora de esgoto”, destacou o engenheiro ambientalista, Valmir Simão Lima. Até que se faça a rede, mais da metade do esgoto da capital mato-grossense é jogado in natura no Rio Cuiabá. O despejo compromete a qualidade da água e as espécies que lá sobrevivem.

A Cab Ambiental, responsável pela gestão de água e esgoto do município, por sua vez, em nota ao RepórterMT, jogou parte da responsabilidade para a Prefeitura. Diz a nota:
 

"Os bairros localizados no entorno do Córrego 8 de Abril não são servidos com rede de coleta de esgoto. Nos locais onde não há coleta, os ramais de esgoto são ligados diretamente às galerias pluviais. A limpeza das galerias e também dos córregos é um serviço de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura de cada município.

Conforme o contrato de concessão, a CAB Cuiabá tem a meta de universalizar o tratamento de esgoto até 2022. Atualmente, além das ações emergenciais, a concessionária está elaborando um Plano Diretor sobre a real situação de água e esgoto em Cuiabá, de forma detalhada, indicando os pontos críticos pelos quais as ações estruturais da empresa começarão, contemplando critérios essencialmente técnicos para a construção de uma solução de longo prazo para toda a população da cidade".

Outro lado

Já o secretário de Serviços Urbanos, Andelson Gil do Amaral admitiu as falhas e informou que a limpeza do local foi feita cerca de 20 dias, mas disse que novos trabalhos no local serão retomados esta semana. 


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