METRÓPOLES
Falar de cocô ainda é um tabu. Mas observar as fezes toda vez que se vai ao banheiro ajuda a saber como anda a saúde intestinal. Não é à toa que profissionais de saúde criaram há tempos uma escala chamada Bristol Stool Chart, que associa o formato das fezes a possíveis problemas.
Além do formato e da consistência, é fundamental ficar atento à cor. A tonalidade amarelada, por exemplo, pode sinalizar uma dificuldade no processamento de gorduras ou distúrbios no pâncreas. Já fezes esbranquiçadas apontam para possíveis alterações no fígado.
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Paulo Saldiva, professor de patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica que obstruções na vesícula também deixam o cocô mais claro. A cor preta, por sua vez, acende o alerta para doenças e alterações intestinais — é característico da presença de sangue no tubo digestivo. “Nessa situação, as fezes tendem a apresentar cheiro acentuado”, diz Lucia Camara, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
Já se há sangue vivo nas fezes — se ele está avermelhado —, os médicos levantam a suspeita de lesões ou pólipos em partes do intestino, doenças autoimunes, colite, hemorroida e até câncer. Também é necessário observar a presença de muco no cocô. O tom esverdeado provocado por esse fluido acusa infecções por vírus.
Qual a frequência ideal de evacuação?
“O ideal é realizar mais de três evacuações na semana”, afirma Lucia. Quando o indivíduo fica com a barriga inchada ou passa mais de dois dias sem ir ao banheiro, é bom ficar atento. Às vezes, hidratação adequada e alimentação balanceada, com incremento de fibras, já melhora o quadro. Em outras situações, uma consulta com profissionais de saúde será necessária.
Já fazer cocô mais uma vez ao dia não é motivo de preocupação por si só. Basta reparar se há um quadro constante de diarreia — isso pode indicar enfermidades e gerar desidratação.
Tipo 1: são em formato granular, ou de pequenas bolas. Em geral, saem com muita dificuldade. Indica que a pessoa está desidratada e consumindo poucas fibras;
Tipo 2: alongado e granular. Também aponta intestino preso e pouca ingestão de água;
Tipo 3: como se fosse uma salsicha, mas com rachaduras. Ainda não é o formato ideal, mas indica que o indivíduo está saudável;
Tipo 4: o formato é similar ao do tipo 3, mas com uma textura mais suave. Ele mostra que o intestino está funcionando adequadamente;
Tipo 5: é mole, irregular e separado em pedaços. Não indica uma patologia, mas é necessário verificar se não está antecipando uma diarreia. É mais comum em pessoas que vão ao banheiro de duas a três vezes ao dia;
Tipo 6: as fezes ficam pastosas. Apontam o início de uma diarreia;
Tipo 7: a consistência é líquida. A microbiota intestinal não está funcionando de maneira adequada. É recomendado tomar bastante líquido para recuperar o organismo.