MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
23 vereadores da Câmara de Cuiabá prestaram depoimento na manhã desta sexta-feira (29), na sede Promotoria do Ministério Público do Estado, para esclarecimentos sobre as denúncias de fraude contra licitação que envolvem o vereador João Emanuel (PSD), afastado da presidência da Casa, na tarde da última quinta-feira (29).
Em vídeo gravado na negociação de um suposto esquema de R$ 1 milhão de reais, João Emanuel afirma que a propina teria que ser dividida com todos os vereadores.
Os promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), declararam que a Operação Aprendiz investiga a possível instalação de uma organização criminosa na Câmara Municipal.
Na promotoria, o clima entre os parlamentares, foi de desaprovação à continuidade de João Emanuel na presidência da Casa. Eles alegaram 'surpresa' quanto aos fatos declarados no vídeo e destacaram a necessidade de votar o afastamento definitivo da presidência.
De acordo com os vereadores os questionamentos feitos pelos promotores são sobre as citações do vídeo e sobre os materiais gráficos adquiridos pelo contrato com a empresa PROPEL, também investigada pela Operação.
O vereador Renivaldo Nascimento (PDT), declarou que João Emanuel deve deixar definitivamente o cargo. “No mínimo renunciar a presidência da Casa. Deixar aquela Casa de forma regular e responder às acusações que caem sobre ele. A instituição é muito maior do que o João Emanuel”, afirmou.
O vereador Júlio Pinheiro (PTB), ex-presidente que deixou a pecha de "casa dos horrores" na Câmara, classificou a atitude de Emanuel insana. “É mais uma loucura desse guri! É o tal do novo. O novo pode trazer o dissabor, né”, ironizou.
Sobre a série de escândalos que vêm assolando a Câmara Municipal nos últimos anos, o vereador Chico 2000 (PR), chegou a dizer que é necessário benzer o local. “Vejo isso com muita tristeza. O primeiro passo é benzer a Câmara, espiritualmente, com padre mesmo. É inadmissível. Estamos saindo de diversos escândalos e quase todos dizem respeito a um homem só”, desabafou.
O vereador, Haroldo Kuzai (SDD), que disse estar bastante surpreso e revoltado como caso, lembrou os parlamentares já suspeitavam de irregularidades. “Nós chegamos a pedir o afastamento dele (João Emanuel), para fazer justamente essa investigação”, ressaltou.
Sobre a possibilidade de cassação do ex-presidente, Kuzai, ressaltou que tudo vai depender do que a justiça vai determinar, mas classificou as declarações publicadas em vídeo como quebra de decoro.
Para Leonardo Oliveira (PTB) a preocupação agora é preservar a imagem do parlamento municipal. “Lamento muito, mas não podemos “manchar” a Câmara. Vamos respeitar agora o prazo de 15 dias para irmos a plenário decidir pelo afastamento efetivo dele da presidência, ou não”, destacou.
Colega de partido do presidente afastado, Toninho de Sousa (PSD), acostumado a defender a atuação de João Emanuel, lavou as mãos e disse que o momento não é de defesa política. “Isso está sendo constrangedor. Se trata agora de um inquérito em andamento. Não cabe mais defesa política”, pontuou.
Toninho reafirmou a necessidade do parlamento definir pela destituição definitiva da presidência. “ Todos os vereadores precisam se posicionar e tomar uma decisão na semana que vem”, afirmou.
Dos 25 vereadores de Cuiabá, apenas João Emanuel e Domingos Sávio (PMDB), não foram ouvidos. Como somente seu suplente havia sido notificado, Sávio presta depoimento na tarde desta sexta-feira (29).
Veja vídeo:
Paulo Jorge 29/11/2013
Na próxima eleição a camara de vereadores, a população cuiabana terá como meta, varrer todo mundo desse local, através do voto.
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