MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Preocupado com a esperada crise econômica que deve atingir os estados de produção primária, como Mato Grosso, no próximo ano, o governador eleito, Pedro Taques (PDT), disse em entrevista na CBN que já vem arquitetando um plano para fazer com que o estado sofra a menor consequência possível.
Segundo Taques, as ações denominadas por ele de projeto estratégico para o estado levam em consideração os indicadores macroeconômicos internacionais, que revelam um ano difícil para Mato Grosso por conta da super safra dos Estados Unidos e a produção da Argentina e pelo chamado custo Brasil.
O desafio é encontrar em curto espaço de tempo outros modelos econômicos que possam evitar uma crise severa no estado.
“Antes da posse ainda estamos buscando a realização de um seminário aqui em Mato Grosso com especialistas com economistas das mais variadas tendências para que possamos juntos debater o Mato Grosso que queremos, esse Mato que queremos é o Mato Grosso que produz muito, mas que também precisa industrializar porque a indústria cria emprego, paga impostos, desenvolve a região”, declarou.
Em resumo, a saída econômica para o governador eleito industrializar.
“Não adianta só exportar soja, tem que exportar o suíno e a carne já trabalhada esses gargalos. Como é possível nós produzirmos 55% do algodão [do país] e ao algodão ser remetido em plumas para o nordeste? E por que não temos tecelagens aqui?”, criticou.
Quanto à falta de industrialização em Mato Grosso, Taques disparou que o atual governo dificulta o crescimento do setor e citou exemplo da indústria têxtil Bezerra de Menezes de Rondonópolis que, segundo ele, estaria sofrendo as consequências da olítica atual.
O governador eleito afirmou que o sistema tributário do estado seria o principal fator que dificultaria o desenvolvimento econômico. Para Taques, torna os processos de Mato Grosso muito mais morosos.
“Existem relatórios do Banco Mundial que revelam isso, que para você constituir uma pessoa jurídica em Mato Grosso quanto tempo demora? Em outros estados demora menos. Qual é o número de dias que demora um processo tributário em Mato Grosso? Demora muito. Quanto tempo demora uma licença ambiental em Mato Grosso? E outros estados bem menos. Então isso dificulta a vinda de investimentos. Nós precisamos criar esse ambiente negocial”, frisou.
Taques ressaltou que já estaria estudando programas para poder facilitar o recebimento de novos investimentos no estado.
“Já reuni com especialistas da Fundação Dom Cabral para que possamos tratar do sistema tributário, criar um ambiente negocial para que Mato Grosso possa receber investimentos, inclusive internacionais. Agora, esse ambiente negociável precisa de mudanças legislativas. Estamos já trabalhando isso”, concluiu.