MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Em discurso quase eleitoral, o senador Pedro Taques (PDT), usou boa parte de sua entrevista no programa Conexão Poder, veiculada neste domingo (24), na TV Rondon (SBT), para tecer elogios à sua própria atuação no Senado, não se fez de rogado quanto à indicação de seu nome ao Governo do Estado. Taques admitiu, porém que algumas ações que foram criticadas por ele anteriormente, poderão ser revistas e feitas a partir de agora, demonstrando ter errado na primeira avaliação.
Questionado se mantinha posição sobre as duras críticas feitas contra a possibilidade de um candidato eleito deixar seu mandato para concorrer a outro cargo. Como ocorreu nas eleições municipais, quando se posicionou duramente contra Mauro Mendes (PSB), o pedetista alegou que seu caso é diferente. “ Um prefeito eleito, dois anos depois concorre ao governo. Como foi o Wilson [Santos], a população não entendeu isso. O mandato de um senador são justamente oito anos porque existe essa possibilidade. Eu já refleti sobre isso. Mas, entendo que o mais importante que isso é pensar no que nós queremos para o Estado”, rebateu.
Quanto às acusações de uma suposta ligação sua com a chamada máfia dos combustíveis, já que em sua campanha teria recebido diversas doações doações de empresas como Posto Aldo Primavera, Comercial Petróleo Fernando Corrêa e Leblon Posto de Combustíveis, o senador chegou a titubear, mas rebateu explicando porque isso não lhe constrange. “Na campanha eleitoral você precisa receber doação de gasolina pra andar. Carro não anda por amor, o avião não anda por amor. Outros candidatos também receberam doações desse segmento. Agora se somar isso aí, não dá um percentual elevado das doações. Aliás, eu fui o senador que menos recebeu doações no estado de Mato Grosso”, justificou.
Taques afirma que todas as suas contas foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas não descarta a possibilidade de algum doador ter irregularidades. “Como existem senadores picaretas, existem donos de postos de gasolina picaretas, como existe jornalista picareta. Isso faz parte do sistema. Agora você não pode dizer que todo cidadão que doa é picareta”, ressaltou.
Intitulado no meio político como “paladino da moral”, o ex-procurador da República, eleito senador em 2010, que sempre manteve a proposta de uma nova maneira de fazer política, não descarta alianças com antigas figuras, já desgastas como os irmãos Campos [Jaime e Júlio], o ex-prefeito de Cuiabá Chico Galindo, o ex-diretor do DNIT, Luiz Antônio Pagot e até mesmo a ex-senadora Serys. “Temos um grupo político que já vinha junto (PDT, PSB, e o PPS), no período de 2010 a 2012, e agora recebemos a manifestação de outros partidos políticos que querem se juntar para somar a esse grupo, como o PSD, DEM e o PTD”, afirmou.
Taques disse ainda que não vê nenhuma contradição nisso, mas sim um “patrulhamento político” contra sua pessoa. “Um partido político sozinho não ganha Governo do Estado, nem se colocasse Jesus Cristo como candidato”, dispara.
Durante a entrevista, o senador ressaltou que o PDT nacional liberou os Estados para fazer a composição política de maneira que melhor lhe interessar. “Na última semana tivemos conversa com oito partidos. Venho superando essas críticas todos os dias. Sou o ultimo grão de soja do cerrado? Não sou”, ironizou.
Sobre a possibilidade de cair na mesma história que costuma criticar, no atual governo, de ter um belo discurso, mas não conseguir cumprir , Taques ironiza, mas não deixa de usar a proposta do “novo”. “As palavras convencem, mas o exemplo é que arrasta as pessoas. Eu nunca tive oportunidade porque nunca exerci cargo executivo. Aliás sou criticado por isso. Então essa sua pergunta eu poderia responder se fosse “Mãe Diná”. Se eu tivesse poder de adivinhação”, declarou.