ABDALLA ZAROUR
DA REDAÇÃO
O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Orlando de Almeida Perri, em entrevista ao RepórterMT na manhã desta quarta-feira (16), disse que os vereadores de Câmara de Cuiabá não vão mais entrar com uma representação administrativa contra a desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, que foi acusada de beneficiar o ex-presidente da Câmara Municipal, vereador João Emanuel, ao suspender a sessão que votaria a cassação do parlamentar nessa terça-feira (15). “Eles não vão mais entrar com representação contra a magistrada, porque expliquei que ela não agiu com má fé e nem com dolo para favorecer o vereador”, observou Perri.
Após a suspensão da votação de ontem, os vereadores, entre eles, o presidente da Casa, vereador Júlio Pinheiro (PTB), acusaram a magistrada de favorecer a defesa de João Emanuel ao suspender a sessão que poderia cassa-lo em plenário.
O presidente do TJMT explicou ao grupo de vereadores, que esteve com ele na noite dessa terça, que o caminho para reverter essa situação seria entrar com um pedido de reconsideração direto com a desembargadora, onde eles apresentariam documentos que comprovariam que João Emanuel recebeu todas as informações para fazer a sua defesa, inclusive, o vídeo, ou com um Mandato de Segurança, que este, então, seria julgado por um colegiado para mudar a decisão da magistrada.
“Eles trouxeram dois documentos que mostram que o vereador João Emanuel assinou e pegou o material”, relatou Perri.
Mas há a possibilidade de na hora da entrega, tanto o vereador, como quem passou o material para João Emanuel, não terem conferido, na hora, se a documentação estava de acordo com o que ele, João Emanuel, recebia. E essa situação pode ter aberto uma brecha para a defesa do ex-presidente da Câmara para retardar a votação que poderia culminar em sua cassação.
O presidente do TJMT disse ainda que o pedido de reconsideração pode ser feito nesta quarta, mas que, talvez, não seja analisado hoje e o resultado possa sair só na semana que vem.