DA REDAÇÃO
O deputado Emanuel Pinheiro, agora no PMDB, afirma que seu foco é disputar a presidência da Assembleia Legislativa. Para isso, ele já teria 10 votos garantidos. O deputado também falou que sua ida para o PMDB e não PSDB, como foi cogitado, pesou para que não perdesse três votos. "Se eu fosse para o PSDB, três deputados votariam contra mim e, se assim fosse, caso eleito, seria como entregar o manche da Assembleia na mão do governador", disse.
Pinheiro se referiu, nesse caso, ao que chama de "subserviência exagerada" do Legislativo ao Executivo, mas, descartou que na disputa deste ano, para a Mesa Diretora, possa haver interferência do governador Pedro Taques (PSDB), como aconteceu na eleição passada, quando Guilherme Maluf (PSDB) foi eleito.
"Os deputados querem uma Assembleia diferente, independente de partido, que marque posição, que faça prevalecer a sua independência em relação aos outros poderes. Esse sentimento é grande e é esse sentimneto que eu apoio", disse.
O parlamentar critica a posssibilidade de Maluf vir a ser reeleito para presidir a Casa de Leis. "Isso vai contra o que disse sobre a necessidade de alternância", avisou.
GOVERNO TAQUES
Para o deputado, a amizade profunda do presidente Guilherme Maluf com o governador Pedro Taques pode prejudicar a gestão da Assembleia. O deputado também criticou a relação de negócios que membros da mesa diretora têm com o governo, se referindo às empresas dos parlamentares.
Thiago Itacaramby

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"O carinho e amizade do presidente é muito grande [com Taques]; ele avançou em 2015, mas prejudica. Além de negócios que tem com o governo, isso nao é bom, isso é questionavel e acaba colocando o poder legislativo em segundo plano; não que seja desonesto, mas isso enfraquece, porque é dificil imaginar, que na hora de votar, o gestor vá deixar o lado empresarial de lado e discutir só o legislativo", avaliou.
"O Pedro [Taques] mesmo disse que quem comete crime não é o partido, são as pessoas. E está correto! A instituição é inatacável. Que partido hoje não tem um membro investigado ou condenado? Nenhum salva".
Questionado se faria oposição ferrenha ao governo, Emanuel descartou rusgas. "Você fortalecer o Poder é uma coisa; atrapalhar o Estado é outra, mas você não precisa ser amigo ou compadre de tomar café com o governador; a relação pessoal acaba misturando com a política", disse.
FILIAÇÃO AO PMDB
Segundo o deputado, pesou na escolha do PMDB a boa relação com a bancada do partido na Assembleia, a ligação com as executivas municipais de Cuiabá e Várzea Grande e o fato de o partido não ter nenhum deputado da Baixada Cuiabana. "Não exgi nada para ir ao PMDB, só fiz encaminhamentos: a minha independência, inegociável em relação ao governo e o compromisso de [Michel] Temer, caso assuma o governo, terminar o VLT.
"Eu não amarrei candidatura a presidente da Assembleia. Já para prefeito, houve um pedido e eu respeito, de que o partido tem que ter candidatura própria em Cuiabá. Houve pedido da direção para que eu colocasse meu nome nas prévias, mas esse nunca foi meu projeto, meu projeto é a Presidência da Assembleia e, depois, candidatura a deputado federal", disse.
Questionado sobre os quadros do partido para a disputa, o parlamentar citou os nomes de Valtenir Pereira e Francisco Faiad. Ambos, porém, sem capilaridade para um pleito da envergadura de prefeito de Cuiabá.
Sobre o PMDB estar ligado a Silval Barbosa, ex-governador de Mato Grosso preso, Pinheiro usou uma frase de Taques para se esquivar do mal estar. "O Pedro [Taques] mesmo disse que quem comete crime não é o partido, são as pessoas. E está correto! A instituição é inatacável. Que partido hoje não tem um membro investigado ou condenado? Nenhum salva", disse.
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