MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
A ligação telefônica entre o vereador João Emanuel (PSD) e seu advogado Eduardo Mahon , que vazou em veículos da imprensa, na noite desta quarta-feira (16), já rendeu ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), uma nota de repúdio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de acordo com Mahon irá render ao Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) um inquérito policial e o pedido de suspensão da carteira profissional do advogado do grupo.
“Hoje eu vou entrar com um pedido para a juíza abrir inquérito policial contra esses membros do MCCE"
“Hoje eu vou entrar com um pedido para a juíza abrir inquérito policial contra esses membros do MCCE pelo vazamento dessas informações que são sigilosas. Eu não fico blefando. E mais, vou pedir a suspensão temporária e preventiva da carteira do advogado do MCCE, que inclusive é membro do Tribunal de Prerrogativas da OAB. Eu tenho impressão que ele vai ser expulso da OAB”, declarou Eduardo Mahon em entrevista ao programa de rádio Folha Mix, na manhã desta quinta-feira (17).
O advogado alega que o ato de terem ‘vazado’ a gravação para a mídia é totalmente ilegal, já que toda comunicação entre defesa e cliente é sigilosa.
“O que estão fazendo é crime. A interceptação telefônica, ela em qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados a pensado aos autos do inquérito policial do processo preservando- se o sigilo das diligências e gravações. Então como é que o MCCE diz que é publico?”, frisou.
Na conversa da interceptação telefônica que vazou na imprensa, João Emanuel, investigado pelo Ministério Público Estadual, pergunta a seu advogado Eduardo Mahon se o vídeo está em seu escritório, pois ele gostaria de mostrar o vídeo ao deputado José Riva (PSD), e ao governador Silval Barbosa (PMDB), porque ambos estariam preocupados. Na gravação Mahon confirma que o vídeo está em seu escritório e ele pode busca-lo.
OUÇA ABAIXO A CONVERSA ENTRE JOÃO EMANUEL E EDUARDO MAHON
Toda a polêmica da interceptação se deu porque a defesa de João Emanuel usou a prerrogativa de não ter recebido oficialmente da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, o vídeo que foi usado pelo grupo, junto com todas as outras provas que foram repassadas pelo Ministério Público, como prova no processo de investigação de quebra de decoro parlamentar do vereador.
A gravação então, prova que a defesa tinha a mídia, mas o advogado argumenta que isso não tira a responsabilidade da Câmara em cumprir os trâmites legais entregando oficialmente a mídia usada como prova.
"E daí se eu tinha o vídeo? Vamos agora reconhecer, eu tinha o vídeo"
“Eu tenho o vídeo. Isso exime o Ministério Público de juntar o vídeo no processo? E daí se eu tinha o vídeo? Vamos agora reconhecer, eu tinha o vídeo. Eu tinha o vídeo da Centro América, da Adriana Vandoni e daí? Eu tenho que provar que esse vídeo estava nos autos e ponto final”, defendeu.
Como todas as provas contra João Emanuel estão sob a responsabilidade do Ministério Público Estadual, o advogado de defesa argumenta que seu cliente está sofrendo perseguição, por ser genro do deputado José Riva, que na opinião da defesa é uma antiga vítima da instituição.