O prefeito Mauro Mendes (PSB) negou neste sábado (30) qualquer participação de funcionários da prefeitura de Cuaibá, na gravação do vídeo que flagrou o presidente afastado da Câmara de Cuiabá, João Emanuel (PSD) em suposta fraude. Mendes esteve na convenção do PDT, que lança senador Pedro Taques para concorrer ao Palácio Paiaguás, no ano que vem. O prefeito disse que o policial Wilton Brandi Hohlenwerger, envolvido na 'arapongagem' contra Emanuel, atuou independente e isolado.
“Ele [Brandi] está cedido oficialmente por um convênio com Estado para trabalhar na segurança dos almoxarifados e em uma série de outros trabalhos. O vídeo foi atividade individual dele, não foi uma atividade orgânica da prefeitura”, rebateu Mauro Mendes.
Na gravação, João Emanuel sugera que há pessoas ligadas ao Poder Executivo, que também seriam beneficiadas com o suposto esquema fraudulento, mas Mendes se apressou em negar qualquer envolvimento. Mendes afirmou que não acredita em envolvimento de algum funcionário, mas destacou que são muitos servidores e que fica impossível saber de tudo que eles fazem. "Eu tenho 18,8 mil funcionários, não posso dizer que entre eles não haja ninguém ligado a qualquer tipo de atividade", disse.
Sobre a acusação de que toda a 'arapongagem' foi armada por seus assessores, Mendes afirmou ser essa uma velha prática de pessoas investigadas. "Falar que é armação é comum; é a velha estratégia para desviar o foco principal, mas fatos falam por si", rebateu cutucando o advogado de defesa de Emanuel, Eduardo Mahon, que afirmou que a denúncia teria os dedos de Mendes.
O prefeito disse que nunca mandou ninguém fazer nada do tipo contra quem quer que seja e afirmou que foi informado pelo procurador Rogério Gallo que não existe nada, até o momento, que ligue alguém do Executivo ao caso. “Nunca, nada foi mandado pelo Executivo, nós não temos nada a dizer sobre os fatos', declarou. e Mauro Mendes”.
O vídeo em questão foi gravado pela empresária Ruth da Silva Dutra. Na gravação, João Emanuel aparece oferendo suposta vantahem à empresa dela e explicando como, supostamente, fraudar uma licitação. No vídeo, JE chama os colegas da Casa de Leis de "artistas".
A gravação teria sido feita com apoio do advogado de Mendes,José Antônio Rosa, além do citado policial. a operação teria tido o aval do secretário de Gestão de Mendes, Pascoal Santullo Neto. O policial Brandi teria dito em depoimento ao MPE que agiu a mando do secretário, mas retificou sua declaração depois.