MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Após anunciar a demissão em massa dos servidores comissionados da Câmara Municipal de Cuiabá, ao assumir a presidência da Casa, em dezembro de 2013, o vereador Júlio Pinheiro (PTB), que conseguiu junto ao prefeito Mauro Mendes (PSB) o adiantamento de R$ 1,8 milhão do repasse do duodécimo e disse que iria mostrar como se faz uma boa gestão, anunciou nesta quinta-feira (06), por meio de sua assessoria de imprensa, que terá que parcelar o pagamento das rescisões trabalhistas dos funcionários comissionados exonerados em até cinco vezes.
Até o final de fevereiro, as afirmações do presidente da Casa eram de que 90% dos servidores dispensados já estavam recebendo as rescisões. Diversos ex-servidores usaram as redes sociais para protestar e dizer que apenas uma pequena parcela de ‘privilegiados’ estavam sendo pagos.
Agora, Pinheiro alega que a Casa não possui orçamento aberto para empenhar o montante total de uma única vez. Por conta disso, as rescisões que se encontram em aberto serão quitadas em até cinco vezes, mas garante que não vai deixar ninguém de fora.
"Apesar de pagar parceladamente, garanto que vamos quitar 100% das rescisões. O planejamento é fazer isso em até cinco vezes, mas se pudermos adiantar um pouco, faremos", esclarece.
De acordo com o presidente, a primeira parcela foi paga juntamente com a folha de pagamento empenhada no último dia 20. A segunda deve ser paga no mesmo período deste mês. As rescisões somam aproximadamente R$ 600 mil.
PRESENTE DE GREGO
Quando assumiu a presidência da Câmara, após a renúncia do ex-presidente, vereador João Emanuel (PSD), investigado por fraudes à licitação da Casa, Pinheiro herdou um déficit de mais de R$ 8 milhões.
Para restabelecer o ‘equilíbrio’ financeiro determinou a demissão em massa dos servidores comissionados e suspendeu o pagamento dos fornecedores.
A todo o momento Pinheiro garantiu que iria dar o calote e já na primeira sessão ordinária de 2014, no dia 04 de fevereiro, orgulhoso de si explicou seu plano para superar a crise.
“Com ‘enxugamento’ de pessoal. A casa estava inchada e vamos economizar tudo aquilo que for possível. Pegamos um déficit de mais de R$ 8 milhões e o nosso orçamento de 2014 já é menor que o de 2013, por causa do déficit, mas gosto de desafios e com certeza até o mês de junho esse déficit estará zerado”, prometeu.
JOÃO EMANUEL
Quando deixou a presidência para não ser cassado o vereador João Emanuel alegou que o dinheiro foi gasto com folha de pagamento, material de consumo e serviços terceirizados.
O parlamentar ressaltou que a redução de R$ 34 milhões para R$ 32, no duodécimo da Câmara foi um dos principais fatores que contribuíram para o saldo negativo. O vereador destacou ainda que não houve má gestão.
“O gestor tem que optar pelo o que fazer. Nós optamos por preservar a estrutura da casa, preservar os salários em dia, pagos dentro do dia 20 de todos os meses. Essa foi a nossa opção”, rebateu.