PAULO COELHO
DA REDAÇÃO
O ex-deputado federal e ex-secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry será interrogado pela CPI das OSS (Organizações Sociais de Saúde) no dia 1º de setembro próximo, na Assembleia Legislativa.
“Ele vem como depoente, não é como convidado. Ele vem para explicar ações dele como ex-secretário de Saúde, em 2011, já que ele foi um dos responsáveis por ter implantado no Estado esse modelo”, disse o deputado Leonardo.
A oitiva foi confirmada pelo presidente da CPI, deputado Dr. Leonardo (PDT) em entrevista ao .
“Ele vem como depoente, não é como convidado. Ele vem para explicar ações dele como ex-secretário de Saúde, em 2011, já que ele foi um dos responsáveis por ter implantado no Estado esse modelo de organizações sociais”, disse o pedetista.
Toda a parte burocrática, conforme o parlamentar, já foi encaminhada ao Poder Judiciário de Mato Grosso, já que Henry cumpre prisão domiciliar em Cuiabá (Caso Mensalão).
Leonardo ainda não soube definir quando será o depoimento do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
O depoimento ocorrerá às 10 horas da manhã na sala das Comissões.
Em recente reunião dos membros da CPI, que agora tem como relator geral o deputado Emanuel Pinheiro (PR), que entrou no lugar de José Domingos Fraga (PSD), os parlamentares definiram um cronograma para avaliação in loco dos hospitais regionais que foram gerenciados pelas OSS.
Os deputados ainda deliberaram sobre as diretrizes das futuras oitivas, incluindo as de Henry e Silval.
A CPI está completando 90 dias de atuação, nos próximos dias, o que segundo Dr. Leonardo, deve obrigar a prorrogação dos trabalhos, para haja tempo hábil para a conclusão das investigações.
Sobre Henry
No julgamento do Mensalão no Supremo Tribunal Federal, Pedro Henry foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro - sua pena foi de 7 anos e 2 meses em regime semiaberto, além de multa de quase R$ 1milhão - e inocentado do crime de formação de quadrilha. Ao ser preso, em 2013, renunciou ao mandato de deputado federal. Em janeiro de 2014, foi autorizado a cumprir jornada de trabalho das 7 às 17 horas na área administrativa do Hospital Santa Rosa, em Cuiabá, onde cumpre pena.
O ESCÂNDALO
Na esteira do escândalo, safou-se da cassação na Câmara dos Deputados e reelegeu-se nas duas eleições seguintes. E não parou de acrescentar escândalos a sua ficha. É acusado de envolvimento no esquema de compra superfaturada de ambulâncias operado pela Máfia das Sanguessugas. Respondeu a dois processos no Conselho de Ética da Câmara, em 2005, por causa das acusações de Roberto Jefferson e, em 2006, pelo esquema das sanguessugas. Foi absolvido nas duas ocasiões. Entre fevereiro e novembro de 2011, licenciou-se do cargo na Câmara para assumir a Secretaria de Saúde do Mato Grosso. Desde julho de 2011, Pedro Henry está sob investigação do Supremo por crime eleitoral e é réu por improbidade administrativa no caso das sanguessugas.