ABDALLA ZAROUR/MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
O Ministério Público de Mato Grosso não quis comentar a decisão do desembargador Gilberto Giraldelli em soltar o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, João Emanuel (PSD), na última quarta-feira (26) e solto na tarde dessa sexta (28). A informação foi dada ontem mesmo pelo MTTV Segunda Edição, da TV Centro América. Segundo o jornal, o MPE deve esperar o julgamento do mérito da ação para, assim, se pronunciar.
JOÃO EMANUEL SE DIZ PRESO POLÍTICO E ATACA GAECO
Logo após deixar a prisão, o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador João Emanuel (PSD), concedeu uma entrevista coletiva. Aos jornalistas, o parlamentar, não falou sobre os fatos da investigação que o apontam como suposto líder de uma quadrilha de grilagem de terra. Sempre evasivo em suas respostas, o vereador também ‘desconversou’ sobre uma nova denúncia, feita por interceptações telefônicas, mas afirmou que se considera um preso político.
“Me considero sim como um preso político até mesmo porque eu me apresentei em juízo para que eu respondesse aos autos do processo como um jurisdicionado, como uma pessoa comum. Paguei um preço muito caro por ter me despontado e de um futuro todo em que todos me viam como vice-prefeito da Capital, como presidente da Câmara, o presidente mais novo que a Câmara já teve. Nunca havia uma Mesa Diretora contrária a atual gestão, mas esse é o preço que se paga, e eu topei pagar esse preço”, declarou.
Polemizando os motivos de sua prisão, o vereador ainda disse que o interesse em, segundo ele, manchar sua imagem pública, pode vir de membros do próprio Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), responsável pelas investigações e por sua prisão. O vereador afirmou que alguns membros teriam interesse em se candidatar.
“Nós temos até informações de que o próprio Gaeco pode vir a ter pessoas como candidatos. Isso é o que corre dentro dos bastidores, que alguns deles podem vir a ser candidato, não nesse, mas no próximo pleito”, frisou.
Mesmo sem comentar os fatos denunciados, através de uma gravação em que João Emanuel pedia um recibo de um carro para outro homem, identificado como Marcelo, e falava sobre várias transações e quantias de dinheiro, João Emanuel declarou que imagina que a partir de agora várias denúncias surgirão com o intuído de denegrir sua imagem.
“Nós temos uma análise fria, de que agora devem aparecer muitos outros casos para que venha a vilipendiar mesmo, a dificultar o nosso acesso aos veículos de dificultar o acesso ao meu veículo de comunicação que é a tribuna, tentar influenciar os vereadores para que eles se sintam constrangidos em me ter perto, fazendo da pior forma que é denegrindo a imagem”, destacou.
SITUAÇÃO JURÍDICA
De acordo com a defesa de João Emanuel, não cabe recurso à decisão do desembargador Gilberto Giradelli, que analisou o pedido de habeas corpus e nesta sexta-feira (28), deferiu o pedido de liminar e mandou soltar o vereador.
Agora, a juíza Selma Rozane Arruda, da Vara do Crime Organizado, que pediu a prisão do vereador será intimada num prazo de cinco dias para prestar informações, depois o processo irá para análise dos procuradores do Ministério Público e em seguida irá o julgamento do mérito, que deve sair no prazo de 20 a 40 dias.