RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
Enquanto o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura irregularidades em Obras da Copa está ‘travado’, há mais de dois meses na Assembleia Legislativa, os deputados Emanuel Pinheiro (PR) e Eduardo Botelho (PSB) decidiram convocar o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), juntamente com o Consórcio VLT para prestar esclarecimentos ao Parlamento, aí o assunto virou polêmica no Plenário esta semana.
Na tribuna Oscar Bezerra disparou que a CPI da Copa estaria sofrendo retaliações, pois a convocação de Silval e do Consórcio VLT para depor em Plenário prejudicaria o trabalho do grupo
O presidente da CPI da Copa, Oscar Bezerra (PSB), não gostou nada do pedido e partiu para o desabafo na tribuna da Casa. O deputado acredita que há retaliações dos colegas para impedir a comissão de investigar. “Precisamos saber se querem que investiguemos, porque desde o início da CPI sofremos retaliações, colocaram pedras em nosso caminho para dificultar a investigação, que já está parada há 60 dias devido a uma condução errada para contratação por esta Casa de Leis através da Mesa Diretora”, disparou.
Bezerra diz se preocupar com a convocação do ex-governador e pediu aos demais deputados que o ajude a retomar os trabalhos. “Chega a ser desrespeitoso com a CPI [convocação de Silval] que está investigando. Claro que os demais deputados têm essa prerrogativa, mas prejudica e muito os nossos trabalhos”, rebate o parlamentar.
"Então são muitos empecilhos que nos fazem crer que existe uma cúpula que não quer que a CPI caminhe”, argumentou o deputado.
Desde que foi instalada, a CPI da Copa, não muito diferente das obras do mundial de futebol, já viveu momentos de polêmicas. A contratação de uma de consultoria, a CLS, que daria apoio aos trabalhos foi suspensa por suspeita de irregularidades. De lá pra cá, o que se ouve é muito barulho, mas a verdade é que não se tem uma data para o retorno da comissão. A Mesa Diretora prometeu contratar a Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), porém as negociações não ‘andam’, com isso tanto o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) como outros envolvidos não serão sabatinados.
A falta de pessoal para analisar profundamente os documentos deixa a comissão, que tinha com meta durar no máximo um ano e agora será esticada por mais 12 meses, ainda mais estagnada. “A Unemat não pode contratar pessoa física, então prejudica os nossos profissionais que desde o início da CPI estão trabalhando, e qual respaldo teremos nesta investigação com outros profissionais? Então são muitos empecilhos que nos fazem crer que existe uma cúpula que não quer que a CPI caminhe”, argumentou o deputado.
Com relação ao governo do Estado, Oscar solicitou que o secretário de Cidades, Eduardo Chiletto, compartilhe informações acerca das obras da Copa com a CPI. “Temos que ter a prerrogativa de receber qualquer informação inerente às obras da Copa”, ressaltou.
O líder do governo Wilson Santos (PSDB), Pery Taborelli (PV) e Wancley Carvalho (PV) apoiaram Oscar.