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Cuiabá, 24 de Maio de 2025
24 de Maio de 2025

21 de Agosto de 2012, 07h:36 - A | A

POLÍTICA / POLÊMICA SOB TRILHOS

Eder Moraes reconhece que organizou licitação, mas nega fraude

Para ele, as denúncias feitas por Rowles são “absurdas” e merecem investigação; Eder diz ainda que relação de Daltro com assessor-bomba é "forte"

ANA ADÉLIA JÁCOMO



O ex-secretário da Secopa, Eder Moraes, afirmou nesta terça-feira (21) ao RepórterMT que não acredita nas denúncias feitas pelo ex-assessor especial da vice-governadoria Rowles Magalhães. Mesmo tendo sido o organizador de todo processo licitatório, Eder afirmou que não houve negociata e fez questão de pedir investigação exclusiva no caso.


Ele também disse que não sabia da relação entre o vice-governador Chico Daltro (PSD) e o ex-assessor, que ele alega ter conhecido durante as negociações do VLT (veículo leve sobre trilhos) em Portugal, mas, que até então, não tinha conhecimento de sua nomeação no staff estadual.


“É um descalabro, uma ignomínia, um absurdo. As pessoas falam de R$ 80 milhões como se fossem R$ 80. Se há pagamento de propina de R$ 80 milhões, tem que haver rastro, conta bancária. É só rastrear. É simples. Um valor desses é facilmente identificado em qualquer sistema financeiro”, defendeu Eder.


Rowles disse semana passada ao portal UOL – site ligado a Folha de S. Paulo - que havia um forte esquema de propina que beneficiou a empresa vencedora da licitação da obra do VLT. O consórcio VLT Cuiabá teria desembolsado R$ 80 milhões para membros do governo, a fim de vencer o certame.


“Conheci o Rowles enquanto eu estava no Governo. Eu não sabia dessa relação dele com o Chico Daltro, fiquei sabendo pela imprensa que ele era assessor direto do vice-governador e que fizeram uma viajem para fora do país. Essa nomeação aconteceu depois da minha saída, Eu sai em 7 de abril deste ano e não tinha conhecimento de que ele foi nomeado. Deve haver uma ligação forte entre eles”.

 

 

“Quando saí da Secopa deixei a licitação encaminhada e deixei praticamente todos os projetos das grandes obras prontos, era só seguir um roteiro"

 


Eder chegou a viajar em maio do ano passado à cidade de Porto, em Portugal, com a comitiva que foi conhecer o modal. Na oportunidade estavam presentes Rowles, que representava o fundo de investimento Infinity, o governador Silval Barbosa (PMDB), o deputado estadual José Riva (PSD), o ex-deputado estadual Sérgio Ricardo e o deputado e candidato à Prefeitura de Cuiabá Guilherme Maluf (PSDB).


“Até onde eu sei, o Rowles representava um fundo de investimento e essas empresas têm interesse não só em Cuiabá, como em qualquer obra de infraestrutura pela possibilidade de se desdobrar outros negócios, como por exemplo, a antecipação de receita. Então muitas vezes esses fundos participam, auxiliam todo um processo visando um desdobramento de novos negócios, o que é absolutamente normal. O que sai fora disso, não sei dizer”.


Ocorre que Rowles articulou a doação à Secopa, do estudo de viabilidade do VLT, estimado em R$ 14 milhões, em parceria com a estatal portuguesa Ferconsult. No entanto, ele teria conseguido o estudo sob a condição de que o Estado fizesse uma PPP (parceria público-privada) para construir o modal, e que o fundo Infinity e sua parceria Ferconsult, fariam parte do grupo consultor.
 

LOBBY

 

Eder também afirmou que crê na possibilidade de haver uma forte oposição à implantação do VLT e que setores da indústria estariam plantando informações para “derrubar” o modal, que é elétrico e por isso não consome combustível. Ele garantiu que quando foi exonerado da secretaria, deixou todo processo de licitação “encaminhado” e que bastava apenas o secretário Maurício Guimarães seguir o determinado.


“Quando saí da Secopa deixei a licitação encaminhada e deixei praticamente todos os projetos das grandes obras prontos, era só seguir um roteiro. Agora, com relação à denúncia eu acho que houve muita motivação eleitoreira nisso tudo. O VLT sofreu todo tipo de atentado e todo tipo de tentativa de burla para que o processo não se efetivasse”


“Nós estamos lutando com uma força subjetiva, oculta, que não tem clareza. É evidente que a indústria de pneus, o setor de fabricação de chasis, combustíveis, biocombustíveis e ônibus estão influenciando porque foram frontalmente atingidos pelo modal. O que precisa é ter um secretário lá na Secopa com posição firme e que o governador também mantenha esse posicionamento firme”.

 

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Jose Arimateia Carneiro 21/08/2012

PARABENS AO EDER MORAES QUE NAO SE ESCONDE. HOMEM PUBLICO TEM QUE SER ASSIM, CORAJOSO E FIRME NOS SEUS PROPOSITOS.

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Porto 21/08/2012

Com relação ao VLT o site UOL tem uma postura, no mínimo duvidosa: Todas as notícias sobre o modal cuiabano são "bombásticas". Nas do dia 17/08 por exemplo quer que acreditemos que Rowles, "escolado da vida" se apresentou ao repórter da UOL como anônimo, mas ficou cara a cara com o repórter e disse onde trabalhava. Avisou ao Rowles em 17/07 que iria publicar a reportagem, mas acabou fazendo um mês depois 17/08 e logo após a decisão do Julier que desembargou a obra, ALGUÉM deu a ordem ? Rowles coordenou toda concorrência, além de formar todos os consórcios. Pergunto se tinha tanta influência assim com as maiores construtoras do país, como foi virar servidor público salário DAS ? E se pagaram 80 mi, porque ele não ficou com nada, face a importância do trabalho que fez ? O site diz que desde que ele se apresentou começou a fazer as gravações; então porque mostrou a gravação só de um dia (som ambiente é o mesmo) ? Porque na gravação ele deu tanta ênfase à não conclusão da obra para copa, que o fator que mais tá pegando nesse processo ? Existem outras incoerências na matéria tá parecendo montagem, investiguem a reportagem !

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Joanice Moreira 21/08/2012

Falem o que quiser mas o Eder Moraes tem posicionamentos convicentes, ele e muito combativo e desafia qualquer um, por isso coleciona desafetos. Melhor assim pelo menos temos um matogrossense de saco roxo...

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3 comentários