"É falácia dizer que José Moreno é oposição", diz Stábile

ANDRÉA HADDAD

Há três anos na presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso (OAB-MT), Cláudio Stábile classifica de discurso meramente eleitoreiro as críticas do candidato de oposição ao comando da entidade na eleição interna deste ano, José Moreno. “É falácia afirmar que José moreno é oposição, ele esteve nove anos na administração da Ordem e nunca disse que o sistema estava errado”, dispara. 

Ao citar que o candidato situacionista, o vice-presidente Maurício Aude, tem mais de 60% de renovação na Chapa 1, Stábile reforça que Moreno foi diretor da Caixa de Assistência aos Advogados (CAA) no segundo mandato de Ussiel Tavares e conselheiro estadual nas duas gestões de Francisco Faiad. “Nesta época, Moreno dizia que as administrações de Ussiel e Faiad eram espetaculares. Não sei porque não fez questionamentos e propôs as mudanças que julga necessárias, naquela época”, alfineta Stábile.

O presidente frisa que, na condição de diretor da CAA, Moreno prestou contas e, por outro lado, também as fiscalizou quando era conselheiro. “Por que nunca disse que achava este sistema de prestação de contas errado? Pelo contrário, o Moreno dizia que era perfeito por passar até pela fiscalização por audiência pública em que qualquer advogado pode participar”.

Segundo Stábile, Moreno tentou ser o candidato da situação no pleito de 2009, mas não teve o nome avalizado pelo grupo. Diante disso, foi apoiar a chapa de João Vicente Scaravelli, de oposição. “Eles perderam para a minha chapa, mas se tivessem ganho, hoje Moreno estaria pleiteando a quinta gestão consecutiva”, ironiza o presidente, em alusão às críticas de que o mesmo grupo de advogados comanda a OAB-MT há praticamente 20 anos.

Stábile também sustenta que o candidato da oposição sempre incentivou Faiad a participar na militância no PMDB e agora, às vésperas da eleição, avalia negativamente a participação de advogados na política. “O Moreno sempre apoiou a militância do Faiad, que é do PMDB deste à época de estudante. Nesta eleição a prefeito, tivemos dois médicos, um empresário, um procurador público, e não houve críticas. Quando um advogado, em pleno processo de eleição na OAB, participa de disputa política, dai querem dizer que não pode, isto é uma mentira”, contrapõe.

Candidato a vice-prefeito de Cuiabá na chapa do petista Lúdio Cabral, Faiad não obteve êxito no pleito, mas acumulou desgastes na disputa interna pela Ordem. Segundo Moreno, a entidade perde autonomia para reivindicar questões de interesse social quando membros da diretoria participam do processo político.

Stábile rebate e cita a atuação decisiva da Ordem, por exemplo, nos pedidos de fiscalização contra medidas consideradas abusivas por órgão e entidades, bem como a cobrança por transparência no Tribunal de Justiça, que teve 10 magistrados aposentados compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça por denúncia de embolso de verbas irregulares. O presidente também cita a luta pela restauração e estruturação das comarcas do Estado, convocação de juízes concursados e apuração das denúncias de vendas de sentenças por magistrados mato-grossenses.