FRANK ROGIERI
No dia 5 de junho, comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, um momento crucial para refletirmos sobre a importância das florestas e desse ativo fundamental ao nosso planeta. Este ano, quero destacar um aspecto essencial para a conservação das florestas brasileiras: a transparência. A transparência é a principal ferramenta que nos permite garantir a exploração responsável dos produtos florestais por meio do manejo florestal sustentável.
Atualmente, o Brasil possui 1,3 milhão de hectares de florestas concedidos para exploração sustentável, e recentemente, foram leiloados na B3 cerca de 450 mil hectares, divididos em quatro unidades de manejo florestal.
Este evento, considerado um grande sucesso, foi liderado pelo Sistema Florestal Brasileiro e contou com a participação do Ministério do Meio Ambiente, garantindo toda transparência dos processos. Essas conquistas demonstram que é possível conciliar a exploração econômica com a conservação ambiental.
As concessões florestais desempenham um papel crucial no desenvolvimento social e econômico das comunidades que habitam as florestas. Elas permitem que os povos que vivem nesses ecossistemas se beneficiem de forma sustentável, ao mesmo tempo em que delegam aos concessionários a responsabilidade pela conservação das áreas. É um modelo que promove não apenas a preservação, mas também a dignidade e a qualidade de vida para as famílias que dependem da floresta.
Paralelamente temos os manejos florestais em áreas privadas. Somente em Mato Grosso, são 5 milhões de hectares que estão sob a tutela de proprietários comprometidos com a produção sustentável, retirando os ativos florestais ao mesmo tempo em que conservam a biodiversidade.
Vale lembrar que a produção de madeira nativa segue rigorosos critérios que incluem a classificação da vegetação, a delimitação do ciclo de corte, que é a idade mínima das árvores coletadas, a definição da intensidade de corte, que é a proporção entre a produção e a conservação e a certificação da origem. Além disso, as áreas de manejo são devidamente monitoradas e fiscalizadas, responsabilizando os proprietários por qualquer irregularidade que possa vir ocorrer.
Em um ano em que o Brasil se prepara para receber a COP 30, precisamos apresentar ao mundo nossos modelos produtivos sustentáveis, que respeitam a biodiversidade e promovem o desenvolvimento econômico.
Nossa legislação é extremamente rigorosa e assegura a conservação da nossa rica biodiversidade. No entanto, precisamos garantir que toda essa riqueza ambiental se traduza em desenvolvimento social e econômico. Não podemos permitir que a população da região Norte continue a enfrentar a miséria e a criminalidade. É nosso dever apoiar aqueles que produzem de forma correta, em conformidade com a lei, gerando renda para suas famílias.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, vamos celebrar o que dá certo. Vamos promover a transparência e a responsabilidade na gestão das nossas florestas. Juntos, podemos construir um futuro onde a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico caminhem lado a lado. Viva a floresta a viva!
Por Frank Rogieri Almeida, Presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF)