KEKA WERNECK
PAULO COELHO
Por requerimento apresentado na sessão noturna desta quarta-feira (18), da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), o deputado Emanuel Pinheiro (PMDB) convocou o promotor Mauro Zaque, ex-secretário de Estado de Segurança Pública de Pedro Taques (PSDB), para prestar esclarecimentos à Comissão de Trabalho e Adminsitração Pública sobre as motivações que o levaram a ter se declarado suspeito para dar seguimento às investigações à respeito dos pagamentos de propina, que seriam feitos a membros da gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), pelo empresário Willians Mischur, dono da Consignum, que gerenciaava empréstimos consignados a servidores estaduais.
“Ele está sendo convidado porque se tornou público o afastamento dele do inquérito e as argumentações do promotor Mauro Zaque são preocupantes, são sérias, então não podem ser simplesmente ignoradas. Não podemos agir como avestruz e enfiar a cabeça no chão”, disse o deputado
“Ele está sendo convidado porque se tornou público o afastamento dele do inquérito e as argumentações do promotor Mauro Zaque são preocupantes, são sérias, então não podem ser simplesmente ignoradas. Não podemos agir como avestruz e enfiar a cabeça no chão”, disse o deputado
A problemática questionada pelso deputados é de apurar se este esquema, que foi desmantelado ainda no mês de março, na segunda fase da Operação Sodoma, perdura até os dias atuais, já que no mandado de busca e apreensão feito na mansão do empresário, foi encontrado R$ 1 milhão em espécie. A suspeita é de que esse dinheiro pudesse estar 'separado' para o pagamento de propina.
Sobre a suspeição, evocada por Zaque, se afastando do inquérito, o peemedebista achou “natural e até ético e elogiável da parte dele”. E alegou que “por isso mesmo a convocação dele é importante”.
Pinheiro ressaltou que, na opinião dele, a convocação não causa constrangimento nem para o promotor e nem para este governo, por se tratar de um suposto esquema antigo, em tese. “Se trata de uma denúncia do passado e o ex-governador está preso inclusive em virtude dessa denúncia”, ressaltou, lembrando que o que pode ser também preocupante é que Zaque já antecipou que a prática do pagamento de propina por parte da Consignum, para obter benefícios junto ao governo do Estado, “já estava caminhando para adentrar para esta atual administração”.
A data em que Zaque deve comparecer ao Parlamento ainda será definida.
O ESQUEMA
A denúncia sobre o esquema da Consignum com integrantes do governo Silval, teria chegado a Zaque anonimamente, enquanto exercia o cargo de secretário de Segurança Pública.
Zaque chegou a abrir o inquérito para apurar o caso no Ministério Público Estadual (MPE), mas decidiu se afastar. Ele deixou a pasta da Segurança em dezembro de 2015.
No início do inquérito, o promotor intimou o ex-governador Silval, o ex-secretário de Estado Cesar Zílio, da pasta da Administração, e o empresário Willians Mischur, da Consignum.
A Consignum foi investigada na segunda etapa da Operação Sodoma, da Delegacia Fazendária (Defaz), que apura a concessão de incentivos fiscais milionários em troca de propina. O esquema da Sodoma complica tanto Silval Barbosa, que está preso no Centro de Custódia de Cuiabá, desde setembro do ano passado, quanto os ex-secretários dele, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, que também estão presos.