MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Após o veredicto de cassação do mandato do vereador João Emanuel (PSD), a defesa do parlamentar, que tentou de todas as formas impedir essa decisão, ainda não se deu por vencida pelo Plenário da Câmara Municipal de Cuiabá. De acordo com o advogado Rodrigo Ciryneu, que por cerca de duas horas fez a defesa de João Emanuel na tribuna da Casa, a ‘briga’ agora será na Justiça.
“Isso pode parar até no Supremo Tribunal Federal, mas nós acreditamos na Justiça do estado de Mato Grosso, que depois desse momento tormentoso as coisas vão ser colocadas nos devidos lugares e aí nós vamos conseguir sim reestabelecer o mandato dele (João Emanuel), com seu retorno aqui para a Câmara, porque as ilegalidades são inúmeras como a gente colocou na tribuna”, declarou o advogado.
Durante sua defesa na manhã desta sexta-feira (25), Ciryneu apresentou um vídeo que, segundo ele seria a prova de que toda a denúncia de falsificação de documentos e grilagem de terreno seria uma ‘armação’ contra João Emanuel.
Na segunda gravação, uma mulher, que segundo a defesa seria a mesma empresária que gravou o vídeo em que João Emanuel ensina como fraudar a licitação da Casa e o filho da empresária, falam sobre como funcionaria o esquema.
De fato, o único momento em que se ouve o nome do vereador, a mulher diz que ele não teria nada a ver com o negócio e ainda se refere a ele como ‘apenas um menino’. Efetivamente, não se sabe de quem eram as vozes da gravação, já que não aparecem rostos e muito menos do que se tratava a conversa gravada.
De acordo com a defesa, esse segundo vídeo teria sido gravado pelos mesmos autores e na mesma data do vídeo amplamente divulgado. O advogado Rodrigo Ciryneu defendeu até que o vídeo com cerca de cinco minutos possa ser parte da maior gravação que tem cerca de 30 minutos, pois de acordo com parece técnico, o primeiro teria tido ao menos 29 SEGUNDOS cortados.
Com base em supostas falhas da Câmara, durante o julgamento do processo de quebra de decoro de João Emanuel, a defesa alegou que irá recorrer devido ao não recebimento do vídeo que serviu como prova para a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, assim como a ausência de defesa ouvida pela comissão processante, por não terem ouvido João Emanuel, além do cerceamento de defesa por não terem ouvido nenhuma das testemunhas indicadas.
Todos os méritos foram votados pelo Plenário, mas foram derrubados pelos votos dos vereadores.“Agora tudo que nos resta a fazer é esperar o decreto legislativo porque a cassação do vereador João Emanuel ela só se aperfeiçoa com a publicação desse decreto legislativo. Nós já conseguimos uma grande vitória de conseguir votar essas preliminares que foram destacadas, infelizmente o Plenário indeferiu uma por uma e no mérito casou o mandato do vereador João Emanuel e aí nós vamos buscar na Justiça discutir essas ilegalidades que foram perpetradas”, ressaltou o advogado.
João Emanuel não compareceu à sessão de cassação, por estar de licença médica, devido uma intoxicação alimentar que ocorreu na segunda-feira (21).