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Cuiabá, 13 de Setembro de 2025
13 de Setembro de 2025

26 de Abril de 2014, 09h:30 - A | A

POLÍTICA / CASSAÇÃO DE EMANUEL

\"Câmara é uma casa de negócios que usa o povo como fachada\", avalia analista

Pelo menos esta é a opinião do jornalista e analista político Onofre Ribeiro, que em entrevista ao RepórterMT, comparou o Legislativo cuiabano a uma estrada, que precisasse arrancar de suas margens as árvores podres.

MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO



Apesar de ter cassado o mandato do vereador João Emanuel (PSD), nesta sexta-feira (25), após quatro meses de um processo que investigou a quebra de decoro parlamentar, a Câmara Municipal de Cuiabá ainda estaria longe de limpar a imagem da Casa.

Pelo menos esta é a opinião do jornalista e analista político Onofre Ribeiro, que em entrevista ao RepórterMT, comparou o Legislativo cuiabano a uma estrada, que precisasse arrancar árvores de suas margens.

“ Imagina uma estrada que tenha um tronco de árvore caído atravessado. Você  tira o tronco. Aparentemente, ficou limpa, né? Mas e se ao longo da estrada tiver cheia de troncos caindo? Você tem primeiro que limpar a beirada, para depois limpar a estrada. É o que está acontecendo na Câmara. Eles não limparam a imagem de jeito nenhum. Eles resolveram uma situação que estava pesando,  mas não limpou. A  imagem da Câmara, para limpar vai levar anos”, declarou Onofre.

Para o analista político, o principal problema da Casa é que seus membros não realizam de fato o papel para o qual foram eleitos, usando os próprios eleitores como ‘fachada’.

“Primeiro: a Câmara não tem projeto para a sociedade. Segundo: não tem plano de trabalho. Terceiro: os partidos não têm autoridade em cima dos vereadores e quarto: ali se tornou como todo parlamento no Brasil. Se tornou uma casa de negócios e o povo é mera justificativa para eles fazerem negócio”, frisou.

Onofre pontua que a solução em limpar a imagem da Casa, não seria apenas cassar outro vereador que esteja sob suspeita de irregularidade administrativa, como é o caso do presidente da Mesa Diretora, vereador Júlio Pinheiro (PTB), mas sim uma reforma nacional no sistema político.

“Digamos que Júlio Pinheiro viesse a ser cassado,  uma hipótese, também não muda nada. Continua  a mesma imagem ruim. Tem que mudar mesmo é com uma reforma política para mudar o sistema político brasileiro”, ressaltou.

De acordo com o histórico de outras cassações de vereadores, da Câmara de Cuiabá, em mandatos anteriores, como Ralph Leite e Lutero Ponce, o analista acredita que a cassação de João Emanuel não tira efetivamente o vereador da Casa. Para Onofre, a partir de agora se dará uma briga judiciária que só terá fim ao termino do mandato. 

“Ele volta, assim como os outros. A Justiça os retornou mil vezes. A cassação vira agora uma grande ação judicial de perde e ganha até o final do mandato. Isso não serviu de nada, só resolveu um problema exposto,  mas a Câmara continua exposta”, analisou.

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Pedro Felix 26/04/2014

Parabéns analista. Aquilo é um covil de cobras e não vai mudar se não houver uma reforma política. Mas ela não vem, porque não interessa a classe política. A única saída que vejo é o povo na rua pressionando. Mas quando será? No mais, se a maioria votasse nulo, seria uma outra forma interessante de protesto. Saídas existem.

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1 comentários