ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, que deixará o cargo no dia 31 de dezembro, afirmou nesta quinta-feira (25) ao RepórterMT que esteve reunido esta semana por mais de 1:30h com a presidente Dilma Rousseff (PT).
De acordo com ele, há possibilidades de permanecer no Governo Federal, já que a presidente teria demonstrado interesse em remanejá-lo de cargo, após o período de 15 dias das férias de final de ano.
“Tive uma conversa muito boa com a presidente e ela pontuou que tinha compromisso com uma composição política nova, mas estou muito bem posicionado no Governo. A questão de ficar vai ser debatida mais pra frente, porque estou saindo de férias e depois vamos ver. O importante é o reconhecimento da presidenta”, afirmou Geller.
O ministro preferiu não confirmar, no entanto, há informações de que deve ocupar um cargo a presidência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), uma das autarquias mais prestigiadas do Ministério.
“Fui convidado para permanecer, mas ainda não está nada definido”, despistou ele. Neri já ocupou o segundo escalão do ministério da Agricultura. Ele respondeu até março deste ano como secretário de Políticas Agrícolas.
A saída de Geller do Ministério ocorre após a Polícia Federal ter deflagrado a Operação Terra Prometida. A investigação apurou que o grupo criminoso procurava obter uma verdadeira “reconcentração fundiária” de terras da União que haviam sido destinadas à reforma agrária.
A PF verificou também que o esquema contava com o auxílio de servidores corrompidos do INCRA, integrantes de entidades de classe, bem como servidores de Câmaras de Vereadores e de Prefeituras Municipais.
Estima-se que mil lotes da União estejam em situação ilegal. Aproximadamente 350 policiais federais cumpriram 227 mandados judiciais: 52 de prisão preventiva, 146 de busca e apreensão, além de 29 medidas proibitivas.
Os mandados foram cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Nova Mutum, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Sorriso, Tapurah e Campo Verde, e nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dentre os alvos há oito servidores públicos.
Os irmãos do ministro Odair Geller e Milton Geller teriam envolvimento nas fraudes.