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Cuiabá, 27 de Julho de 2024
27 de Julho de 2024

04 de Outubro de 2010, 10h:29 - A | A

POLÍTICA /

AL-MT terá "somente" oito novos deputados a partir de janeiro



da redação

A eleição de deputado estadual renovou a Assembleia Legislativa em 33,3%, índice que vem se mantendo nas últimas eleições em Mato Grosso. Dos 24 parlamentares eleitos, somente 8 são considerados "novidade". O resultado das urnas, no entanto, apresentou surpresas como o retorno do deputado cassado José Riva (PP) como o mais votado e a estreia de Luciana Bezerra (PSB) com apenas 14,2 mil votos.

Com 99,98% das urnas apuradas até a meia-noite de ontem, faltando apenas 5, Riva já havia obtido 93.547 votos (6,13% dos votos válidos), o que garantiu o retorno dele depois de ser cassado por compra de votos. A votação superou até o desempenho dele mesmo em 2006, quando o parlamentar vivia o melhor momento político e foi o campeão de votos naquele ano. Os números mostram que ele também venceu até o deputado estadual reeleito Sérgio Ricardo (PR), que aguardava ser o mais votado e ficou em segundo lugar com 87,3 mil votos.

Riva e Sérgio Ricardo foram os únicos a superar o quociente eleitoral, que ficará em aproximadamente 64 mil votos. O número só vai ser conhecido hoje, quando finalizada a apuração das urnas e serão divididos os votos válidos pelas vagas de deputado em disputa (24). A totalização foi suspensa ontem por problemas em 5 urnas do interior, mas confirma a eleição dos dois deputados como os mais votados, o que foi apontado nas 3 rodadas de pesquisa Gazeta Dados para a Assembleia Legislativa.

A eleição de deputado estadual confirmou ainda a reeleição do pastor Sebastião Rezende (PR) como o terceiro mais votado, apesar dele trabalhar nos bastidores e sem grande visibilidade da estrutura de campanha. Mostra ainda que o PR capitaneado pelo senador eleito, Blairo Maggi, continua a ser maior bancada com 6 parlamentares na Casa.

O PMDB do governador reeleito, Silval Barbosa, também sai fortalecido com a eleição de 5 deputados, o mesmo número do PP. O DEM reduziu a bancada de 3 para 2 deputados, o PDT, PTB, PPS, PSB, PSDB, PT e o PPS elegeram 1 deputado cada.

Mudanças - Os 8 deputados que representam de certa forma renovação na Assembleia são: Walter Rabello (que reassume o cargo depois de ser cassado por infidelidade partidária em 2007), Baiano Filho (ex-secretário de Estado de Esportes), Teté Bezerra (ex-deputada federal e esposa de Carlos Bezerra), Romualdo Júnior (ex-deputado estadual e ex-prefeito de Alta Floresta), Ezequiel Fonseca (ex-prefeito de Reserva do Cabaçal), Dilmar Dal Bosco (irmão do deputado estadual Dilceu Dal Bosco), Luiz Marinho (ex-vereador por Cuiabá), Zeca Viana (irmão do prefeito Getúlio Viana, de Primavera do Leste) e Luciane Bezerra (comerciante).

Surpresa - Luciane pode ser considerada a maior surpresa. Praticamente desconhecida do meio político, ela obteve apenas 14,2 mil votos e conseguiu uma vaga na Assembleia por causa da votação da coligação do PSB. A estreante "tomou" a vaga até mesmo da experiente Vilma Moreira (PSB), ex-vereadora por Rondonópolis e deputada estadual que ficou na segunda suplência com 8,8 mil votos. Para se ter uma ideia da votação de Luciane, Adaulto de Freitas (PMDB) deixou de ser reeleito mesmo obtendo 17 mil votos. Superou também Chica Nunes (DEM), que foi reprovada nas urnas com apenas 9,4 mil.

A renovação patrocinada pelos 8 parlamentares eleitos está dentro da média que se verifica nas eleições da Assembleia. A única vez que o resultado ficou acima da tradicional faixa de 30% a 40% foi em 2006, quando foram renovados 58,3% das vagas.

O resultado foi muito comemorado pelos candidatos, principalmente os que acompanharam a apuração pessoalmente no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá. Alguns deles, no entanto, ainda vivem a expectativa da eleição ser confirmada. Como ainda faltam ser apuradas 5 urnas, pode haver mudança. Um desses exemplos é a disputa acirrada do ex-prefeito Ondanir Bortolini (de Itiquira), que ficou na primeira suplência do PR ao obter apenas 78 votos a menos que Jota Barreto. Dependendo das urnas que serão apuradas hoje, eles podem inverter o resultado.

Outro fator que ainda gera expectativa é o impasse jurídico em torno do deputado estadual Gilmar Fabris (DEM). Ele obteve 21 mil votos, mas a votação foi contada em separado por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que entende que são anuláveis os votos dados a candidatos que tiveram os registros indeferidos por algum motivo e recorreram da decisão. O democrata foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa depois de cassado por compra de votos e só poderá continuar na Assembleia se o recurso for julgado procedente. Cálculos extraoficiais mostra que, se isso ocorrer, ele assumirá a vaga de Luciane Bezerra.

Mesa Diretora - Eleito com a maior votação na Assembleia Legislativa, Riva já é cotado por aliados para ser o futuro presidente da Casa a partir de 2011. Ele, no entanto, evita falar do assunto e diz que ainda não pensa nessa discussão. "Queremos primeiramente comemorar, avaliar o processo eleitoral e só depois vamos sentar e discutir com os aliados e com o governador reeleito, Silval Barbosa".

Riva alegou ontem também que o retorno à Assembleia é uma forma de demonstração do trabalho realizado e resposta às críticas após cassação por compra de votos. "Isso se deve ao que fizemos ao longo dos anos e também à qualidade da nossa equipe. O grupo é muito unido e trabalha no mesmo sentido", afirmou em entrevista por telefone. Ele não acompanhou a apuração no Centro de Eventos.

Segundo mais votado, Sérgio Ricardo não escondeu interesse pela presidência da AL. Ao acompanhar a apuração no Centro de Eventos, ele alegou ontem estar à disposição dos aliados para discutir o assunto.

O deputado estadual reeleito pelo PSDB, Guilherme Maluf, avaliou ontem que, mesmo tendo garantido mais 4 anos de mandato, o resultado das urnas demanda reflexão. "Digo isso porque a expectativa era de que tivéssemos mais 10 mil votos. O Zé Domingos também tinha a mesma expectativa". Maluf atribui o desempenho ruim à campanha do PSDB ao governo. O ex-prefeito Wilson Santos saiu da condição de favorito a um ano da eleição para terceiro colocado e a votação, segundo o deputado, teria atingido as candidatura proporcionais.

 

com A Gazeta

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