GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
O policial militar aposentado Jerfson Santana Vieira, 48 anos, afirmou em depoimento que saiu de casa com a intenção de “matar e morrer” na noite de terça-feira (26), quando provocou acidentes e agrediu jornalistas na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.
Durante o interrogatório, o ex-PM declarou ouvir vozes e espíritos que o atormentavam e o ameaçavam de morte. Ele contou que convive com essas alucinações há anos, mas que abandonou o tratamento psiquiátrico por falta de condições financeiras. Disse ainda que estava tomado pela raiva e queria se vingar de pessoas que, segundo ele, "teriam lhe feito mal".
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“Minha tormenta não era direta, tinha só um pouco, não, um monte. Eu expulsava, virava, desatava e vazava embora, e daqui a pouco vinha com o tanto”, relatou. Em outro trecho, afirmou que “saiu de casa determinado a matar e morrer”, disse durante interrogatório.
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Questionado, admitiu que faz uso de remédios, mas que deixou de acompanhar o tratamento psiquiátrico por falta de condições financeiras.
Em outro momento, ele declarou não se lembrar do acidente em que se envolveu nem da agressão à repórter Angélica Gomes Silva. No depoimento, ele afirmou que tinha a intenção de tirar a própria vida, mas negou querer machucar outras pessoas. O homem ainda chegou a perguntar sobre o estado de saúde do motociclista atropelado.
O ex-militar também relatou sentir raiva de algumas pessoas específicas, contra as quais teria desejo de vingança, alegando que elas lhe fizeram mal. Segundo ele, saiu de casa para tentar esquecer problemas que considerava injustos e também para tentar parar de ouvir as vozes que o perturbavam.
Jerfson foi preso em flagrante após bater diversas vezes contra um carro, atropelar um motociclista e agredir a equipe da TV Vila Real. Angélica levou um soco no rosto e caiu no chão, sendo socorrida por colegas. O cinegrafista João Pascoal de Oliveira também foi empurrado durante a confusão.
Na audiência de custódia, realizada nesta quarta-feira (27), a juíza Helícia Vitti Lourenço, da 12ª Vara Criminal, converteu a prisão em flagrante de Jeferson em preventiva. Ela também determinou que o acusado passe por exames médicos, já que há informações de que ele pode ser portador de esquizofrenia.
O caso segue sob investigação da Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), com acompanhamento da Corregedoria da Polícia Militar.
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