DO G1
A influenciadora Aline Bardy Dutra, conhecida como "Esquerdogata", foi presa na madrugada do último sábado (25) em Ribeirão Preto (SP) por ofender e xingar policiais militares. Vídeos nas redes sociais mostram as ofensas.
Em nota, os advogados Douglas Campos Marques e Roberto Bertholdo disseram que ainda não tiveram acesso ao vídeo completo, mas que os excessos foram cometidos em decorrência do uso de álcool e medicamentos de uso controlado.
O caso foi registrado como desacato, resistência e injúria racial.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em audiência de custódia, foi concedida a liberdade a Aline Bardy, mediante o cumprimento das seguintes medidas cautelares: recolhimento domiciliar no período noturno, das 20 às 6h; e comprovação a cada 60 dias de adesão a tratamento psicológico.
Ofensas e xingamentos
Segundo boletim de ocorrência, durante uma fiscalização de trânsito na Rua Florêncio de Abreu, Aline aproximou-se dos agentes questionando uma abordagem e filmando a ação.
O registro cita que, durante a explicação dos policiais, a influenciadora interrompeu-os e começou a dizer que o procedimento era realizado por conta da cor preta do abordado.
Depois, a influenciadora se exaltou e começou a xingar a equipe. Por conta disso, ela foi colocada na viatura e algemada, mas ainda assim continuou com as ofensas, como mostram os vídeos.
"Onde você nasceu? No Quintino [bairro de Ribeirão Preto], né? Acha que você é Deus? Síndrome do pequeno poder. Você não tem conceito de classe", diz Aline em um dos trechos.
Em seguida, a influenciadora começa a bater no vidro da viatura e continua ofendendo os policiais: "Falou o fascistinha. Chegou o fascistinha. O fascistinha que pega marmita na rua, né? Milícia".
Ao chegar à delegacia, Aline relata estar embriagada, profere novos xingamentos e zomba dos agentes.
"Olha o fascistinha que me processou, você voltou. Ele está me processando porque ele me prendeu. Fascistinha, você voltou. Fascistinha, a gente não estava em uma audiência que você falou um monte de palavra errada, sem conjugar verbo, lembra? Eu ri de você porque você não sabe nem conjugar verbo."
Em outro trecho, em inglês, ela cita que o policial não fala outra língua porque não tem escolaridade.
O que diz a defesa?
Além de citar o uso de álcool e de medicamentos controlados, a defesa de Aline afirmou que ela se recupera em casa do incidente, sente-se constrangida e que deseja se desculpar pessoalmente com os policiais que ela ofendeu.
Por fim, ressaltou que a influenciadora não se lembra do episódio, mas que ficou "devastada" após ver os vídeos e que o modo que agiu não representa a história dela de luta por igualdade e respeito.
Veja a nota na íntegra:
"A defesa técnica da influenciadora Aline ainda não teve acesso ao vídeo completo, bem como de todo o contexto da lamentável ocorrência envolvendo sua cliente e policiais em Ribeirão Preto, na última sexta-feira.
Aline se encontra em casa se recuperando do incidente, sentindo-se muito constrangida com todo o ocorrido.
Segundo ela os excessos foram cometidos em decorrência do uso social de álcool logo após ter se utilizado de medicamentos de uso controlado, somados ao pânico que lhe é provocado pela conduta, muitas vezes excessiva da polícia militar do estado de São Paulo.
Contudo, ela não se exime da necessidade de pedir desculpas ao policial e a quem mais ela se dirigiu de forma hostil.
Aline, sinceramente, deseja busca-lo para pessoalmente se desculpar. Ela acredita ser esta sua obrigação humana, no mínimo.
A Aline, em virtude da medicação usada naquele dia, não se recorda de nada do acontecido, mas se encontra emocionalmente devastada pelo que viu no vídeo divulgado.
Assim, Aline reconhece que deve desculpas pelos excessos, pelos erros e pelo modo que agiu, pois eles não representam nem o seu pensamento e muito menos a sua história de luta por igualdade, respeito humano e social.





















