KARINE ARRUDA
DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá está apurando se o assasinato do advogado Renato Nery, de 72 anos, foi cometido a mando de outros investigados, além do casal Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, que foram presos na última sexta-feira (9). Segundo o delegado Caio Albuquerque, titular da DHPP, a prisão do casal não significa que eles sejam os únicos mandantes do crime.
“Estamos a dizer daquelas pessoas [Cesar e Julinere] que os indícios de autoria apontam como sendo aqueles que estão no mando do crime. Não estou a dizer que o mando é isolado, ou seja, só dessas pessoas”, afirmou o delegado.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Leia mais - Casal apontado como mandante do assassinato de advogado chega à DHPP; vídeos
Durante a coletiva de imprensa concedida na manhã desta segunda-feira (12), o titular da DHPP também informou que um inquérito complementar está sendo instaurado para individualizar a autoria de cada um dos presos até o momento. O prazo para a conclusão da nova investigação é de 1 a 2 meses.
Apontados como os mandantes do assassinato, Cesar Sechi e Julinere Goulart foram presos na última sexta, em Primavera do Leste (a 244 km de Cuiabá), no condomínio onde residem. Ambos respondem pelo crime de homicídio qualificado.
Conforme noticiado anteriormente pelo , em depoimento prestado na DHPP, Cesar preferiu ficar em silêncio sob orientação da defesa. Já Julinere, ainda dará esclarecimentos à polícia nesta semana. Por enquanto, o empresário está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e a empresária foi encaminhada para a Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto.
Segundo as investigações policiais, o casal teria prometido R$ 200 mil para que o advogado fosse assassinado, mas somente parte do valor foi pago, totalizando cerca de R$ 150 mil.
Leia mais - PMs e caseiro receberam R$ 150 mil de casal para assassinar advogado em Cuiabá
Assassinato
Renato Nery foi morto com sete tiros no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório de advocacia, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Nery estava chegando para trabalhar, quando foi pego de surpresa pelo caseiro Alex Roberto de Queiroz, apontando como o executor do crime.
O advogado chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital, onde passou por uma cirurgia de emergência, mas morreu na madrugada do dia seguinte.
Leia mais - Dez dias antes de ser assassinado, Renato Nery denunciou alvo de operação à OAB
Menos de 20 dias antes do assassinato, Nery já havia denunciado um “escritório do crime” à OAB de Mato Grosso, contra um colega advogado envolvido em uma ação de disputa de terras. Desde de então, com o andamento das investigações, a polícia trabalha com a certeza de que o crime foi motivado por uma disputa judicial de terras.
Veja vídeo: