VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT
"O episódio mais assombroso do país", é como o promotor de Justiça Luiz Fernando Rossi Pipino descreveu os crimes cometidos por Gilberto Rodrigues dos Anjos, em novembro de 2023, na cidade de Sorriso (a 398 km de Cuiabá). O maníaco matou Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos; Miliani Calvi Cardoso, de 19 anos; M.C.C., de 13 anos; e M.C.C., de 10 anos, e estuprou três delas, exceto a mais nova.
Nessa quinta-feira (07), o assassino foi julgado pelo Tribunal do Júri e, após 10 horas de sessão, foi condenado a 225 anos de prisão pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e feminicídio.
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“Estou no Ministério Público desde abril de 2009 e, desde o início da minha carreira, eu oficio no Tribunal do Júri e nesses 16 anos eu nunca presenciei tanta maldade e eu nunca houvera me deparado com a maldade no estado bruto, a maldade em pessoa, personificada de modo que eu não tenho a menor dúvida de que é a cena mais aterrorizante, o episódio mais assombroso da nossa cidade, do nosso estado e, tenho certeza, do país”, disse Luiz Fernando.
Após a condenação do assassino, o promotor comemorou a justiça e a forma como o julgamento foi realizado. Agora, Luiz Fernando Pipino espera que Gilberto cumpra o tempo máximo de prisão em regime fechado permitido por lei, que é de 40 anos.
“A justiça dos homens foi feita, a aplicação da lei, a condução do processo nos termos da legislação processual penal, constitucional e com todos os ditames. O réu foi julgado em tempo inferior a dois anos, um julgamento justo, dentro das regras e condenado na forma do que permite a nossa legislação, cuja a pena nós esperamos agora que ele cumpra, evidentemente, o tempo máximo permitido em lei, que é de 40 anos”, declarou o promotor.
O crime
Gilberto Rodrigues cometeu os crimes na madrugada do dia 24 para o dia 25 de novembro de 2023. Ele trabalhava como pedreiro em uma obra ao lado, quando entrou na casa das vítimas pela janela do banheiro, usando um andaime.
Dentro da casa, ele deu início às atrocidades. Primeiro ele atacou Cleci, que se deparou com o assassino na cozinha da casa dela. Ela lutou bravamente e tentou abrir a porta para que os cães pudessem entrar ou para que os vizinhos pudessem ouvir os gritos de socorro, mas não conseguiu.
Em seguida, as duas filhas mais velhas entraram em cena para ajudar a mãe. Sem conseguir lutar com o assassino, elas tentaram fugir, mas foram alcançadas.
As três foram esfaqueadas no pescoço pelo maníaco. Já a mais nova foi asfixiada.
Em depoimento à polícia, o assassino relatou que, enquanto as três primeiras vítimas ainda agonizavam, ele as estuprou.
Diante de toda a barbaridade cometida por Gilberto, o promotor, durante o julgamento, chamou o assassino de “o monstro de Sorriso”.
Gilberto Rodrigues, que está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, participou do julgamento por meio de videoconferência apenas até por volta das 12h. Depois, ele abandonou a sessão.
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