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Cuiabá, 04 de Julho de 2025
04 de Julho de 2025

26 de Maio de 2013, 08h:02 - A | A

POLÍCIA / 1 MÊS SEM VERÔNICA

"Minha vida desabou", diz mãe adotiva de menina sequestrada

"Pelo que eu conheço a Ida, os sequestradores a estão mantendo dentro de casa e fora do alcance de celulares. Na primeira oportunidade, se ela conseguir um celular, irá nos ligar pedindo socorro”, afirmou.

JOÃO RIBEIRO



Sem vontade de fazer nada! É assim que se sente dona Tarcilia Gonçalina, mãe adotiva da menina Ida Verônica Feliz, de 8 anos, sequestrada há exatos 30 dias em Cuaibá. A senhora de família humilde, recebeu em casa, o RepórterMT e contou que, desde que a filha foi levada sua vida 'desabou'. 

 
“Não estava atendendo nem o celular porque tinha muita mensagem e ligações de várias pessoas desejando sorte e dando apoio. Ficava muito emocionada, por isso, pedia para minhas filhas atenderem o celular. Desde o dia do sequestro não consigo mais dormir direito e nem comer. Rezo todos os dias para que Deus traga a Ida para meus braços”, disse emocionada.  
 
 
Com o retrato da filha em mãos, a mãe descreve Ida como uma menina feliz, atenciosa, amorosa e com sonho de ser policial militar ou advogada. Segundo a mãe, toda a batalha que travou para conseguir a guarda provisória de Verônica não pode ser em vão. Ela diz que, se for preciso,  sairá do país para encontrar a menina. 
 
 
“Batalhei muito pela minha filha para perder assim. Se for preciso eu sair do Brasil para encontrar, vou sair e vou achar minha pequena Ida. Pelo que eu conheço a Ida, os sequestradores a estão mantendo dentro de casa o tempo todo e fora do alcance de celulares.


A Ida é uma menina muito esperta. na primeira oportunidade, se ela conseguir um celular, com certeza irá nos ligar pedindo socorro”, afirmou.  
 

Contando a trajetória para conseguir a guarda provisória da criança, Tarcilia explica que a filha Daniele Siqueira, de 24 anos, conheceu Ida com apenas três meses de vida. Segundo Tarcilia, Daniele presenciava os maus tratos da mãe biológica à criança constantemente. Com isso, pediu para que a mãe a deixasse cuidar da criança. 
 

“Muitas vezes a Elida Isabel Feliz (dominiquenha) a largava dentro do quarto do hotel, com apenas três meses de vida, no carrinho de bebê. Minha filha a alertou que não podia deixar a criança sozinha, mas isso não surtiu efeito. Um dia ela disse para a gente que não se importava se levássemos a criança. Por isso, passávamos a cria-la”, disse. 
 

Já com a guarda da criança, Tarcilia contou que a mãe biológica de Ida desaparecia constantemente e já passou três meses sem dar notícias e, quando voltou a procurar a filha, o  pai biológico da menina, italiano Pablo Milano Escarfullerida, já estava preso por tráfico de drogas. 
 

“Uma vez ela reapareceu e disse que o pai de Ida tinha sido preso por tráfico de drogas. Isabel ainda pediu abrigo na minha casa, dizendo que não tinha onde ficar. Eu falei que a criança estava sendo bem tratada, iria ficar com a gente, mas que ela não podia ficar. Depois disso, Isabel sumiu mais uma vez. Mais de três meses depois, ela mandou uma carta onde dizia que estava morando na rua e que também tinha sido presa. Eu disse que não poderia ajuda-la e depois disso nunca mais a vi”, informou. 


Quando Ida tinha quase três anos de vida, uma mulher que se dizia amiga da mãe biológica, identificada como Eliane, começou a ligar para Tarcilia, dizendo que queria conhecer a menina. Após insistir nas ligações, a mãe adotiva aceitou o encontro, mas pediu que um advogado acompanhasse. 
 

Ao chegar no Aeroporto Marechal Rondon, local onde o encontro foi marcado,  Eliane apresentou uma carta, que dizia ser de Isabel. Na carta a mãe biológica da menina autorizaria Eliane criar a criança. Rapidamente, Tarcilia mandou buscar na sua residência uma carta antiga, que Isabel havia mandado. Ao comparar a letra das duas cartas, foi constatado que o documento era falso. 
 

“Na discussão o juiz que estava de plantão no aeroporto determinou que Ida fosse para o Lar da Criança (entidade mantida pelo governo do estado). Só depois de meses de sofrimento que conseguimos a guarda dela”, completa Tarcilia.
 
 
SEM PISTAS 
 

Na última semana a Polícia Judiciária Civil pediu a prisão preventiva dos pais biológicos de Ida. O pedido de prisão de Pablo Milano Escafulleri e de Elida Isabel está em analise da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, do fórum da Capital junto com outra medida judicial de monitoramento.
 
 
De acordo com o delegado chefe de Gerência de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (GCCO), Flávio Stringueta, as investigações estão em andamento, mas até o momento a polícia ainda não conseguiu nenhuma pista nova sobre o paradeiro da criança. 
 
 
Trabalhando na hipótese que os pais da menina tenham a levado para a Europa, o delegado, por meio da Polícia Federal, pediu apoio a Polícia Internacional (Interpol), para ajudar nas investigações. 
 
 


O SEQUESTRO
 

Há exato um mês Ida foi sequestrada, na sua casa no Bairro Porto em Cuiabá. A criança estava com a irmã Daniele Siqueira. De acordo Daniele, dois homens bateram palmas querendo saber se o terreno perto da casa estava à venda. Depois de saber a informação os sequestradores pediram um copo com água para Daniele, que foi buscar. Quando voltou, os bandidos renderam a moça e anunciaram o sequestro de Verônica.
 

Os familiares acreditam na hipótese de que o crime foi cometido a mando do pai biológico da menina, que mora na Itália. Segundo Daniele, o homem já havia ligado na residência, há três meses, dizendo que queria a menina de volta. O GCCO divulgou o retrato falado dos possíveis sequestradores. 
 
 

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Renata 26/05/2013

Condenar uma pessoa pelos seus crimes é uma coisa. Condenar um pai e uma mãe a viver sem os filhos, isto é tortura, isto sim é crime. Os pais biológicos são traficantes e por isto devem ser condenados, mas isto não significa que não amam seus filhos e tirar o direito deles como pais é crime, é tortura é imoral. As crianças deveriam estar com guarda provisórias com os membros da família de sangue e não com um estranho e ainda de outro pais. Esta família pode amar a criança, mesmo assim não tem o direito de privar os pais de também amá-los. Espero que a policia não os encontre e se encontrar entregue a guarda para os avós e/ou tios de sangue das crianças.

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1 comentários