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Cuiabá, 09 de Setembro de 2024
09 de Setembro de 2024

07 de Agosto de 2024, 10h:17 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO APITO FINAL

Justiça manda soltar irmão, sogra e "braço direito" do tesoureiro de facção

Alvos foram presos em operação da Polícia Civil deflagrada em abril contra organização que lavava dinheiro de facção criminosa.

DO REPÓRTERMT



O juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, concedeu liberdade para o irmão, a sogra e o braço direito de Paulo Winter Farias Paelo, conhecido como “WT” e apontado como o tesoureiro de uma facção criminosa. A decisão é dessa terça-feira (06).

A ordem de soltura já foi emitida pelo juízo e, a não ser que os citados estejam respondendo por outros crimes, devem ser colocados em liberdade mediante a obrigação de comparecer em juízo mensalmente, não manter contato e nem realizar transações bancárias com os outros acusados, não praticar qualquer infração penal, não frequentar bares e casas noturnas, assim como manter a Justiça informada sobre eventuais mudanças de endereço.

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Na decisão, o magistrado aponta que os acusados são réus primários e não possuem qualquer condenação criminal, estando custodeados apenas por conta da Operação Apito Final, deflagrada pela Polícia Civil em abril deste ano.

Fagner Farias Paelo, irmão de WT, foi preso quando ainda era pré-candidato a vereador por Cuiabá. Conforme os autos do processo, além de ser acusado de integrar a organização responsável por lavar dinheiro do Comando Vermelho, foram encontrados com ele arquivos referentes à “salves”, como são conhecidas as sessões de tortura patrocinadas pela facção, o que evidenciou que ele é um dos associados à facção.

Maria Aparecida Coluna de Almeida, sogra de WT, teria sido usada como laranja para lavagem de dinheiro por meio de um supermercado na cidade de Várzea Grande. Conforme o magistrado, ela tinha total conhecimento da origem dos recursos e mesmo assim emprestou seu nome ao genro.

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Já Alex Júnior Santos de Alencar, conhecido como “Alex Soldado” e apontado como o braço direito de WT, também foi usado como laranja nas transações envolvendo um supermercado em Várzea Grande, além de ter pago R$ 350 mil em espécie por um apartamento usado pela família de Paulo Winter.

Além destes foram soltos:

Jeferson da Silva Sancoviche, apontado como subordinado e laranja de WT. Um dos apartamentos de propriedade do tesoureiro da facção estava em seu nome e, após a prisão de Paulo Winter, em Maceió, Jeferson teria ido ao endereço retirar pertences, o que foi visto como uma forma de acobertar provas de eventuais práticas ilícitas.

Jean Marcel Neves Conrado, limpador de piscina que movimentou altas quantias de dinheiro em suas contas bancárias, bem como efetuou o pagamento de vários boletos em nome de WT.

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Emanuele Antônia da Silva, dona de marmitaria com capital social de R$ 3 mil, mas que movimentou R$ 300 mil em sua conta pessoa jurídica em transações com outros investigados. Além disso, movimentou outros R$ 640 mil em sua conta pessoal.

O último a ser colocado em liberdade foi Andrew Nickolas Marques dos Santos, apontado como amigo de confiança de WT. Em nome dele foram pagas diversas contas de Paulo Winter, bem como foram adquiridos carros de luxo usados pelo tesoureiro do Comando Vermelho.

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Na mesma decisão, o magistrado negou o pedido de liberdade apresentado pelas defesas de Paulo Winter e sua esposa Cristiane Patrícia Rosa Prins. Também seguirão presos: Mayara Bruno Soares Trombim, Luiz Fernando da Silva Oliveira e Cleyton César Ferreira de Arruda.

Operação Apito Final

A Operação Apito Final foi deflagrada no dia 2 de abril e teve como alvo uma organização vinculada à facção Comando Vermelho, que atuava lavando o dinheiro oriundo do crime.

Sob o comando de Paulo Witer Farias Paelo, o grupo era o responsável pelo tráfico de drogas na região do bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá.

Ao todo, foram cumpridos 25 ordens de prisão, 29 ordens de busca e apreensão, indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio de 25 contas bancárias dos alvos investigados.

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Paulo Winter, conhecido como WT, foi preso dias antes da deflagração da operação, em Maceió, onde estava por conta de um torneio de futebol. Além dele, foram presos Alex Júnior Santos de Alencar, Andrew Nickolas Marques dos Santos e Tayrone Junior Fernandes de Souza.

Com o dinheiro do tráfico, foram comprados terrenos, casas e apartamentos, muitos deles em condomínios de classe média na Capital. Apesar de estarem em nome dos “laranjas”, a polícia conseguiu estabelecer vínculos entre todos eles e o líder do grupo.

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