FERNANDA ESCOUTO
KARINE ARRUDA
A Delegacia Especializada do Consumidor (Decon) revelou que empresas investigadas por fraudes em operações de empréstimos consignados chegaram a comprar celulares e chips, no nome de servidores públicos, para contratar empréstimos sem autorização.
A declaração foi feita nessa quarta-feira (28), durante coletiva de imprensa.
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"Realizar uma afirmação falsa ou enganosa ou omitir informação relevante sobre natureza de contratos, de serviços, qualidade é crime"
Segundo o delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, as empresas usavam o CPF dos servidores, cedidos durante uma proposta inicial. A instituição então comprava o aparelho e habilitava o chip. Um aplicativo do banco era baixado e usado para a realização de negociações.
“Ao final dessas transações, a empresa ainda teve a capacidade de presentear o servidor com o aparelho. Para que o servidor entendesse: esse aparelho é seu. Toda negociação foi feita a partir do seu aparelho. O chip é habilitado no seu nome”, disse o delegado.
“Realizar uma afirmação falsa ou enganosa ou omitir informação relevante sobre natureza de contratos, de serviços, qualidade é um crime contra relações de consumo que se assemelha muito ao crime de estelionato”, pontuou.
Grupo coordenado
Ainda durante a entrevista, Rogério relatou que um dos donos da Capital Consig, principal empresa investigada, possui mais 30 empresas, também ligadas ao ramo de empréstimos. Segundo o delegado, esse “grupo” atua de forma coordenada, o que configuraria o crime de associação criminosa.
“As investigações apontam que não é uma única empresa, que seus sócios possuem várias empresas. Tudo vai ser investigado de forma detalhada [...] Essas empresas mudam de nome, mudam o nome fantasia, mas na íntegra é o mesmo grupo”, finalizou.