ALCIONE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) tem até sexta-feira (07) para concluir inquérito que apura fraudes de débitos tributários na Secretaria Municipal de Fazenda de Várzea Grande que lesaram os cofres públicos em cerca de R$ 60 milhões. Após esta fase, o delegado Sylvio do Vale Ferreira Júnior deve definir se indicia os envolvidos e então encaminhar a denúncia para o Ministério Público, que irá acatá-la ou não.
A Operação Pérfido deflagrada dia 29 de março prendeu oito pessoas, três delas já estão soltas, duas foram liberadas após serem ouvidas e os investigadores não encontrarem ligação com o esquema, e outra pessoa ficou livre na sexta-feira (01), depois de passar pela audiência de custódia. Cinco pessoas ainda permanecem detidas. As informações são da Polícia Judiciária Civil, que não divulgou os nomes dos investigados devido ao caso estar correndo em segredo de Justiça.
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Segundo a polícia, foram expedidos nove mandados de prisão preventiva contra fiscais de tributos da Prefeitura de Várzea Grande e empresários. Um deles não foi encontrado e é considerado foragido da Justiça.
Houve uma tentativa de condução coercitiva, que também foi frustrada por não encontrar o acusado, mas como não há mandado de prisão, não pode ser considerado foragido.
Ainda foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva.
Os envolvidos são acusados de participar de esquema de corrupção, concussão, sonegação de impostos e outros crimes praticados por uma organização criminosa constituída por servidores municipais, que em conluio com empresários e contribuintes várzea-grandenses, provocaram o prejuízo ao município de Várzea Grande.
O grupo burlava o sistema de banco de dados de gestão tributária para reduzir, dar baixa ou cancelar indevidamente créditos tributários, frustrando a arrecadação do município de Várzea Grande, em benefício dos próprios servidores municipais e empresários/contribuintes.
As ordens judiciais são do juiz Abel Balbino Guimarães, da 4ª Vara Criminal de Várzea Grande.
De acordo com informações, entre os acusados de envolvimento no esquema estão João Gladik Petrenko, Nelson Mendes Martins, Valdemil Dias de Miranda, Anthoniel Gomes Martins, Kaue Teruo Reges Takada e André Garcia Cazelotto, e ainda os filhos de Nelson, Anthoniel e Juliano Gomes Martins, também foram conduzidos a Delegacia Fazendária. Eles atuavam como funcionários de terceirizadas que prestavam serviços à prefeitura.
A denúncia de fraudes foi feita pela prefeita Lucimar Campos (DEM), após auditoria no sistema de tributos da cidade.