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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

22 de Novembro de 2018, 07h:10 - A | A

POLÍCIA / VEJA VÍDEOS

Assassinos de personal usavam documentos de juiz federal para praticar crimes

Foram cumpridos 27 mandados de prisão em todo país, dentre eles, quatro estão envolvidos na morte do personal Danilo Campos.

RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO



A associação criminosa desarticulada pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Nascostos, na manhã de quarta-feira (21), usou - dentre dezenas de vítimas - documentos de um juiz federal para cometer crimes como estelionato e clonagem de cartões.

Dos 14 mandados de prisão, preventivas e temporárias, estão quatro envolvidos na morte do personal Danilo Campos, em novembro de 2017, em Cuiabá.

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Guilherme Dias de Miranda e Walisson Magno, mandante e executor do crime, respectivamente, já estavam presos na Penitenciária Central do Estado (PCE) desde março de 2018. Já atual mulher de Guilherme, Yonar Sudré e um amigo de infância dele, Danilo Romão Lemes, foram presos na operação de quarta-feira.

Na época, a execução do personal teria sido motivada por um caso amoroso entre o personal e Ane Lise Hovorusk, então mulher de Guilherme e aluna de Danilo Campos. 

“A Operação visa o combate de uma organização criminosa que dentre outros crimes pratica estelionatos, uso de documentos falsos e também associação para o tráfico de entorpecentes. Eles clonavam cartões e usavam documentos de várias vítimas, dentre elas, a de um juiz federal. Por isso a investigação se deu por parte da PF, por conta do tráfico internacional e pelo uso do documento de um juiz”, disse o delegado da PF Márcio Magno Carvalho Xavier.

Veja o momento da prisão de Yonar e Danilo Romão

De acordo com os agentes federais, Cuiabá é um dos núcleos que chefiava essa organização criminosa. Os mandados também foram cumpridos em São Paulo, Acre, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal. A polícia explicou que vários dos alvos estão presos por tráfico, homicídios e outros crimes.

RepórterMT/Reprodução

Danilo Campos, Ane Lise, Guilherme Dias

Guilherme Dias (de branco) teria mandado executar Danilo Campos (camisa azul) por vingança de Ane Lise, devido a uma susposta traição.

Foram cumpridos 49 ordens judiciais em todo país, sendo 5 mandados de prisão preventiva, 9 de prisão temnporária, 27 de busca e apreensão e 8 de sequestros e bloqueios de bens. Os trabalhos foram coordenados pela Delegacia de Polícia Federal de Sorocaba (SP).

Membro de facção 

Guilherme e Walisson estão presos desde março deste ano na Penitenciária Central do Estado (PCE) por envolvimento na morte do personal que, segundo o processo, mantinha um relacionamento amoroso com a então esposa de Guilherme, Ane Lise Hovoruski.

Yonar também já havia prestado depoimento em relação à morte do personal e, inclusive, afirmado ter retomado seu relacionamento com Guilherme depois que ele já estava preso.

Anteriormente, em depoimento, uma testemunha de acusação tinha afirmado que Guilherme pertencia a uma facção criminosa. Segundo Carlos Alexandre Meireles, amigo de infância de Danilo Campos, o personal lhe contou sobre as ameaças que vinha sofrendo de Guilherme.

Diante disso, Alexandre resolveu pesquisar sobre o ex-marido de Ane, que também morava em seu condomínio. Alexandre relata que na época foi alertado pelo segurança do condomínio para que o personal tomasse cuidado com Guilherme, pois o criminoso possuía ligações com a facção criminosa Comando Vermelho.

Em outro julgamento, porém, Guilherme pediu para que fosse trocado de cela na penitenciária juntamente com Walisson, pois sofriam ameaças por pertencer a alguma facção. “No presídio tem facção e eu preciso mudar de lugar que estou ficando. Não faço parte de nenhuma facção”, disse Guilherme.

O assassinato

Danilo estava na Rua General Ramiro de Noronha, em Cuiabá, às 21h20 do dia 8 de novembro de 2017, quando uma dupla se aproximou em uma motocicleta. Na sequência, o garupa sacou uma arma, atirou diversas vezes e fugiu. A moto era pilotada por Walisson Magno da Silva.

O crime teria sido encomendado por Guilherme para se vingar de Danilo, que teve um caso com sua mulher, Ane Lise Hovorusk. Em depoimento que o  teve acesso, Ane relata que Walisson teria pilotado a moto, levando na garupa um boliviano, que seria o executor dos disparos. 

Segundo a mulher, bolivano teria sido contratado por R$ 10 mil e teria fugido do país antes mesmo de receber o dinheiro.

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