RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
O advogado Neyman Monteiro, que faz a defesa de Walisson Magno – acusado de ser autor dos disparos que matou o personal trainer Danilo Campos – disse que seu cliente tinha todo direito de fugir, ainda que estivesse com mandado de prisão expedido pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O delegado fez as afirmações após o interrogatório, na tarde de quarta-feira (28), de Guilherme Dias de Miranda, apontado como mandante do crime.
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“Se você tem um mandado de prisão, você não é obrigado a se entregar. Até o preso, quando está preso, tem direito de fugir. Não tem nada no código penal dizendo que você tem que se entregar à Justiça quando é acusado de alguma coisa. Isso não existe. A pessoa tem direito de se defender preso ou foragido, isso é direito de todo cidadão”, afirmou Monteiro.
“A delegada Alana vai responder um processo administrativo de grampo ilegal. Ela não é culpada ainda, mas vai responder uma ação criminal também. A juíza Selma [Arruda] sentou lá e disse que ela fez 'barriga de aluguel'”, afirmou Neyman Monteiro.
Reprodução

Guilherme é apontado como mandante do assassinato do personal Danilo Campos.
Neyman, que também faz a defesa do cabo da Polícia Militar Gerson Correa, acusado de operar um esquema de escutas clandestinas, caso que ficou conhecido como "Grampolândia Pantaneira", disse que o assassino Wallison é tão inocente quanto a delegada Alana Cardoso. Ela é responsável pelo inquérito que apontou Guilherme e Walisson como executores do personal Danilo Campos. A delegada também foi citada no caso dos grampos por ter realizado escutas clandestinamente.
“A delegada Alana vai responder um processo administrativo de grampo ilegal. Ela não é culpada ainda, mas vai responder uma ação criminal também. A juíza Selma [Arruda] sentou lá e disse que ela fez 'barriga de aluguel'”, afirmou Neyman Monteiro.
Posteriormente o advogado procurou a reportagem alegando que o comentário, durante a entrevista, foi em tom de brincadeira.
Em 2017, a Corregedoria da Polícia Civil abriu um procedimento para investigar a delegada Alana Cardoso, que foi citada pela então juíza titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, como suspeita de participação em sistema conhecido como “barriga de aluguel”, por pedir de forma supostamente irregular a interceptação telefônica de dois alvos durante a Operação Forti, realizada no ano de 2015 pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Interrogatório de assassinos
Guilherme Dias de Miranda e Wallinson Magno de Almeida foram presos em São Paulo e trazidos a Cuiabá. Nesta quarta-feira (28), eles foram interrogados pela delgada Alana Cardoso e ambos utilizaram o direito de permanecer em silêncio.
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Os depoimentos marcaram o final do inquérito policial, que será remetido ao Poder Judiciário.
De acordo com o boletim de ocorrência, Danilo estava na Rua General Ramiro de Noronha, às 21h20 do dia 8 de novembro, quando uma dupla se aproximou em uma motocicleta. O garupa sacou a arma e atirou diversas vezes contra Danilo.
Após o crime, a dupla fugiu em alta velocidade.
A mulher que teria sido pivô do crime, Ane Lise Hovoruski, 29 anos, foi presa no dia 24 de fevereiro em Foz do Iguaçu, no Paraná. Ela Teria um caso amoroso com o personal.
Conforme investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Danilo foi morto a mando do marido dela, Guilherme Dias. Ane ainda teria ligado para a vítima marcando um encontro no local onde ele foi morto.
Ela foi liberada da prisão em audiência de custódia após ficar um dia presa em Cuiabá.
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cramulhão 29/03/2018
O advogado tem razão, está na Constituição, art. 5º e no artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Todo homem tem direito à liberdade. A prisão é um cerceamento legal a esse direito.
Amim 29/03/2018
Esse advogado ai é muito bom!
2 comentários