RAFAEL MACHADO
DA REPORTAGEM
Em coletiva na tarde desta terça-feira (03) o secretário de Assuntos Estratégicos do Estado, José Arlindo de Oliveira afirmou que a Operação Catarata, realizada pelo Ministério Público, pode ter sido baseada em informações falsas ou equivocadas. O secretário de Governo, Domingos Sávio disse que o Estado irá recorrer da ação que suspendeu os pagamentos à empresa contratada para os serviços do programa.
As investigações do Ministério Público apontam que o Estado teria pago por cirurgias de catarata que não teriam sido realizadas e constatam falta de controle sobre os procedimentos efetuados.
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“Vamos apresentar para vocês os elementos de como nós construímos a Caravana e a convicção de que o Ministério Público, em determinado momento, se baseou em fatos não verdadeiros ou equivocados para fazer essa busca e apreensão”, declarou José Arlindo.
A denúncia foi feita pelo Conselho Estadual de Saúde.
“Vamos apresentar para vocês os elementos de como nós construímos a Caravana e a convicção de que o Ministério Público, em determinado momento, se baseou em fatos não verdadeiros ou equivocados para fazer essa busca e apreensão”, declarou José Arlindo.
Domingos Sávio argumentou que as pessoas interrogadas pelo Ministério Público, que têm cadastro como procedimentos pagos pelo Estado, e que afirmam não ter feito a cirurgia de catarata, foram aqueles que passaram por consulta e exames e desistiram da cirurgia, mas os procedimentos operatórios não teriam sido pagos e sim os ambulatoriais.
Os secretários reforçaram que os pagamentos foram publicados no site transparência do Governo do Estado e descartaram a possibilidade de fraude.
“Fizemos a coisa certa e fizemos a coisa com um controle e de uma forma tão ampla que é praticamente impossível que uma fraude nessa magnitude tenha acontecido. Agora, a gente vai discutir isso num segundo momento. Enquanto isso, nós estamos aí numa posição de emparedados por afirmações de que nós cometemos fraude”, argumentou José Arlindo.
“Fizemos a coisa certa e fizemos a coisa com um controle e de uma forma tão ampla que é praticamente impossível que uma fraude nessa magnitude tenha acontecido".
Na coletiva, os secretários afirmaram que foram pagos cerca de R$ 22 milhões à empresa 20/20 Serviços de Médicos, de São José do Rio Preto (SP), responsável e restariam ainda R$ 6 milhões a serem repassados por serviços realizados. O Ministério Público aponta que o montante pago seria de R$ 44 milhões.
Fatos são graves
O promotor de Justiça Mauro Zaque, que coordena o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público de Cuiabá, afirmou à imprensa que são graves os fatos de irregularidades no programa Caravana da Transformação, apontados pelas investigações da Operação Catarata.
Operação Catarata
Deflagrada na segunda-feira (03), a Operação Catarata cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da Secretaria de Saúde do Estado e na sede da empresa de serviços médicos contratada.
De acordo com as informações do portal oficial do Estado, em 2016 a empresa recebeu cerca de R$ 5,4 milhões. No entanto, no ano passado o valor pago a serviços médicos mais que triplicou fechando em R$ 22,1 milhões.
Somente neste ano, o Governo já transferiu à empresa de serviços oftalmológicos pouco mais de R$ 15 milhões. Outros R$ 1,5 milhão foram pagos recentemente.
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