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Cuiabá, 14 de Julho de 2025
14 de Julho de 2025

12 de Julho de 2019, 11h:15 - A | A

PODERES / DELAÇÃO NEGADA

Cabo da PM teria agido junto com procurador do MPE para grampear advogados e políticos

O caso veio a público após a OAB receber a informação de que militares tiveram acordo de delação premiada negado por envolver membros do MPE.

RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO



Um cabo da Polícia Militar, que não teve o nome revelado, e atuou no esquema denominado de “Grampolândia Pantaneira”, teria informações contundentes de que um procurador do Ministério Público Estadual (MPE) agiu juntamente com militares para grampear políticos, advogados, empresários e jornalistas durante a gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB).

A informação veio a público na manhã desta sexta-feira (12) durante entrevista do coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, à Rádio Capital.

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Durante um questionamento ao procurador, o jornalista Antero Paes de Barros afirmou que teve a informação, por meio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), de que um cabo da PM, que não o cabo Gerson (réu confesso e peça chave do esquema), teria agido juntamente com um procurador do MPE para grampear pessoas de interesse do grupo. E é exatamente esse policial miliar que a OAB quer acompanhar o depoimento ao Naco.

“Sim, exatamente. Não tem problema nenhum. Poderíamos ouvir quem quer que seja, mas não se pode esquecer que a OAB é uma simples noticiante e pode ser até o Antônio de Peteté [figura histórica de Cuiabá]”, respondeu Domingos Sávio de Barros.

“Sim, exatamente. Não tem problema nenhum. Poderíamos ouvir quem quer que seja, mas não se pode esquecer que a OAB é uma simples noticiante, pode ser até o Antônio de Peteté [figura histórica de Cuiabá]”, respondeu Domingos Sávio de Barros.

O coordenador do Naco declarou que as investigações ficaram paradas por quase dois anos porque havia subido para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e retornou para o Ministério Público de Mato Grosso há apenas quatro meses. As investigações subiram para à Corte Superior devido ao foro privilegiado do então governador Pedro Taques que pediu, à época, para ser investigado na ação.

“Agora tiraram os procedimentos das nossas mãos, como iríamos fazer? Retornando vamos prosseguir as investigações. Agora se vamos concluir daqui a 30 dias, oras, ficamos somente quatro meses investigando e temos somente mais 30 dias? Poder ser que em 20 ou 15 dias concluímos, mas a evolução das investigações que irão dar esse prazo”, afirmou.

Por outro lado,  o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), colocou o MPE contra a parede ao afirmar que não é possível que membros do órgão fiscalizador se cerquem do corporativismo e "enrolem" tanto para concluir o escadâlo dos grampos.

Entretanto, Domingos Sávio Barros respondeu na entrevista que nenhum dos promotores está com medo das investigações e inclusive pediram na tarde de quinta-feira (11) que as apurações sejam concluídas o mais rápido possível. Entre os investigados estão os promotores Samuel Frungílio, Carlos Zarur, Marco Aurélio, Ana Cristina Bardusco e Januária Dorileo Bulhões.

“Recebi em meu gabinete alguns dos promotores que estão sendo investigados. Eles pediram e imploraram para mim: ‘Doutor, pelo amor de Deus, continue com essa investigação mais rápido possível’. Isso porque eles já foram investigados pela nossa Corregedoria, pelo Conselho Nacional do Ministério Público e agora tem mais esse procedimento. Falar que não estamos investigando, sendo que já investigamos na Seara disciplinar”, revelou.

O tentou manter contato, por telefone, com o presidente da OAB-MT Leo Capataz para comentar sobre o caso, mas não obtivemos sucesso.

Entenda o caso

A polêmica ficou ainda mais forte depois que o desembargador Orlando Perri declarou que o pedido feito pelo Naco para desmembrar os processos que apuram suposta participação de membros do Ministério Público Estadual tem como finalidade “mascarar” o arquivamento da denúncia-crime e afastá-lo da relatoria da ação.

A declaração faz parte da decisão proferida pelo desembargador no fim da tarde de terça-feira (09) ao negar a solicitação do procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, coordenador do Naco, com o objetivo de obter o “desapensamento” da notícia-crime apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT). Veja mais aqui

 

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