A Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados recebeu oficialmente, na última quarta-feira, 31 de outubro, pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação de institutos de pesquisa na divulgação de pesquisas nas últimas eleições municipais. O requerimento contém 225 assinaturas, que ainda serão conferidas pela Mesa para confirmar se, de fato, foi atingido o número mínimo exigido, de 171 deputados. O líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo (CE), recolheu as assinaturas em três dias e disse contar com o apoio de 80% dos líderes partidários. Segundo Figueiredo, o primeiro passo da futura CPI seria requisitar dados junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre pesquisas registradas e que tiveram erros maiores que o esperado.
Em Cuiabá as pesquisas protagonizaram um festival de números que na maioria das vezes, não bateram. No final do primeiro turno, o Ibope apontou 48 a 40 em favor de Lúdio Cabral. No entanto, o resultado foi vitória de Mendes com pouco mais de 1%. Já no segundo turno, o mesmo instituto cravou 50 a 50. Mauro venceu com margem de 10 pontos.
Pesquisas deveriam, quando muito, apenas orientar interamente, as cúpulas de campanha. Usar margens para mais ou para menos, para manipular dados e a opinião dos mais descuidados é, no mínimo, uma afronta à democracia. Isso tem que mudar. Os erros, depois explicados pela famosa "margem de erro", foram escandalosos.