EMANUEL PINHEIRO
Com o advento das redes sociais, novos hábitos e novas tendências de consumo passaram a integrar o modo de vida das pessoas.
Mas uma coisa é certa: a modernidade não pode passar por cima das tradições culturais, mas sim contemplá-las. Infelizmente, as leis nunca conseguiram acompanhar a velocidade das inovações tecnológicas.
Em meio à polêmica sobre o Uber, temos que encarar o debate com a sociedade e preferir o diálogo a proibição e estudar formas que possam vir quem sabe à regulamentação da atividade.
Para quem não sabe, o Uber é um aplicativo que permite ao consumidor chamar um motorista particular que está próximo dele. O serviço funciona de forma similar de um táxi.
Atualmente, buscamos o bom senso na Casa de Leis, pois a nossa intenção é respeitar os taxistas que realizam o transporte individual de passageiros há décadas e são pioneiros no assunto.
Temos que considerar que por de trás desses profissionais existem milhares de famílias que dependem dos serviços prestados por esses trabalhadores.
Em contrapartida, temos que promover o diálogo, afinal não vamos fechar as portas para o avanço tecnológico que o Uber representa em benefícios aos usuários. Com isso, através de uma convivência pacífica, o nosso objetivo é facilitar a vida das pessoas.
O serviço tem sido alvo de muitas polêmicas. Ele já foi proibido na França, Itália, Índia, Alemanha, Espanha, Coreia do Sul, Indonésia e tantos outros lugares.
O Uber tem gerado protestos com os taxistas locais que acreditam que o serviço é uma forma de concorrência desleal.
No Brasil, por enquanto, apenas as capitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte têm este serviço.
Ora, os taxistas e suas respectivas associações representativas e sindicatos atuam nos rigores da lei, ou seja, na formalidade.
Em nosso país, a Constituição da República estabelece que é livre o exercício de qualquer profissão, desde que ela atenda as qualificações determinadas pela lei.
Portanto, há uma lei que regulamente essa profissão. Trata-se da Lei federal 12.468/2011.
Enfim, é uma discussão inevitável na qual os taxistas estão à frente. Temos que respeitar a sua tradição, o seu pioneirismo, bem como a cultura que eles representam no trânsito das cidades.
É preciso encontrar uma equação em relação a toda esta história. Não podemos cometer injustiças e ir contra a evolução e impedir a chegada da modernidade. T
emos que encarar o Uber como um caminho sem voltas, pois se trata do avanço tecnológico, que veio para facilitar o dia a dia das pessoas.
Vamos trabalhar para que seja possível encontrar um consenso legal, inclusive, para que os mato-grossenses possam desfrutar tanto do Uber quanto futuras iniciativas que apareçam neste mercado através da “economia colaborativa” em constante evolução.
Se pudermos regulamentar o Uber e conviver de forma pacífica com os taxistas de Cuiabá e Várzea Grande, quem só tem a ganhar é a sociedade, afinal teremos um sistema mais moderno e equilibrado.
Feito isso, daremos o exemplo ao resto do país, fazendo com que a tradição e modernidade possam conviver pacificamente.
EMANUEL PINHEIRO é deputado estadual pelo Partido da República (PR) em Mato Grosso.
Rafael Detoni 04/09/2015
Prezado Emanuel! Se o "clandestino" UBER apareceu cativando adeptos é porque o serviço prestado pelo sistema "oficial" de taxi está deixando muito a desejar. A concorrência obriga os taxistas a melhorarem o serviço e quem ganha é a população. Vejo que no Rio de Janeiro há uma mudança perceptível no comportamento dos taxistas que passaram a ser mais atenciosos e educados com os passageiros depois que o Uber se apresentou por aqui. Os taxistas alegam que pagam muitas taxas porém, motoristas do Uber não ganham os mesmos descontos que os taxistas na compra do automóvel. O que encarece o preço das corridas no taxi não são propriamente as taxas e impostos exigidos pelo poder público mas, PRINCIPALMENTE as negociatas com atravessadores e o mercado negro da venda e aluguel dos pontos de ônibus e veículos para terceiros. Interessante é ver que nessa cumbuca nenhum vereador ou pessoa pública quer interferir.
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