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Cuiabá, 15 de Fevereiro de 2025
15 de Fevereiro de 2025

27 de Setembro de 2013, 15h:21 - A | A

OPINIÃO / POSTULANTE AO PAIAGUÁS

Uma prosa

São reais a chances do primo de Blairo. Ele carece mudar de partido político

LOUREMBERGUE ALVES



O utro dia, em certo botequim da Capital, dois ouvintes da rádio CBN/Cuiabá conversavam animadamente sobre as chances do Eraí Maggi na disputa pelo Governo do Estado.

A prosa foi tão boa que foi comentada no próprio programa radiofônico, e é estendida, agora, para os leitores desta coluna, até pela necessidade da reflexão e da discussão sobre as possibilidades dos postulantes à cadeira central do Palácio Paiaguás.

Necessidade tanto dos eleitores quanto do analista, estudioso do jogo político-eleitoral.

Pois bem, são reais as chances do primo do senador Blairo. Ele carece, inicialmente, mudar de partido político, e parece que tal atitude o empresário já tomou, até porque o PDT deposita todas as suas fichas no senador Pedro Taques.

Quatro agremiações abriram-lhe as portas. O PTB está longe de ser a sua melhor opção, ainda que tenha em suas fileiras um de seus amigos, Luiz Pagot, uma vez que os petebistas trabalham a candidatura da professora Serys ao Senado. E isso dificulta sobremaneira a aproximação de grandes legendas.

A observação também vale para o PR. A não ser que o deputado Wellington Fagundes, ou a Serys abra mão da candidatura à Câmara Alta.

O PSD tem o atual vice-governador, que pode se tornar titular, e daí sair para a reeleição, ou, com a permanência do governador, brigar para que a sigla pense em outro plano, com ou sem candidatura própria.

O PMDB, portanto, seria o caminho mais curto e provável do Eraí, apesar dos pesares e assim ampliar o arco de alianças, atraindo inclusive o PPS e PSB.

Quadro que se somaria a montagem de uma forte estrutura de campanha. Afinal, o empresário é o legítimo representante do agronegócio. Setor econômico que desde 2002 tem o controle da

administração pública estadual e não ficaria evidentemente de fora da disputa de 2014.

Pois ter o governador, por outro lado, é reunir as possibilidades de destravar os obstáculos do crescimento, que vem ocorrendo desde 1994, quando Dante de Oliveira escancarou as

porteiras para o agronegócio.

De lá para cá, Mato Grosso cresceu muito, mas não se desenvolveu. A maioria do eleitorado sabe deste não desenvolvimento, porém continua distante dos negócios públicos, eseus olhos permanecem voltados para a direção contrária ao tablado de xadrez, onde ocorrem os conchavos e as negociatas em torno das eleições vindouras.

Este é um grande problema da população brasileira.

No início deste ano, aliás, o Ibope publicou uma pesquisa em que 56% dos entrevistados apresentavam não ter nenhuma preferência partidária. Se bem que para participar do jogo político, a população não precisa estar filiada a uma dada sigla. Ela deve estar isto sim, ligadas às coisas da política, bem como atenta às ações de seus atores.

Como a imensa maioria da população não se dá a este trabalho, o segmento econômico do agronegócio - ao contrário - não perde um só instante. E como recompensa, tem a seu dispor os serviços dos parlamentares da terra, além de manter as rédeas do próprio governo regional. Prerrogativas que, de forma alguma, seus integrantes pensam em abrir mão.

O Eraí Maggi, na inauguração da ferrovia em Rondonópolis, mostrou descontração ao lado do primo-senador e da presidente Dilma.

O que lhe possibilitou maior visibilidade na mídia regional e no meio político, e isso pode resultar em dividendos eleitorais significativos, além do fato de ser o verdadeiro representante do dito setor econômico.

 

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