JOSÉ ANTÔNIO MEDEIROS
Manhattan é um “bairro” da cidade de Nova York, ou melhor é o centro da cidade, junto com o restante da cidade, forma o segundo maior aglomerado de edifícios do planeta, superado apenas por Hong Kong. A ilha abriga os maiores arranha-céus da cidade, que também estão entre os maiores do mundo, tendo destaque para o Empire State Building, Bank of America Tower, Chrysler Building e o famoso e destruído World Trade Center.
Para resumir Manhattan é o coração financeiro e do turismo mundial, é um luxo só.
Hoje quem anda por lá tem a sensação que as ruas são de ouro e os lagos de cristais, mas, nem sempre foi assim, há 25 anos, andar pelas ruas de Nova York era o mesmo que andar pelas cracolândias espalhadas Brasil afora. Os índices de criminalidade eram imensos, e por trás da maioria deles estava o tráfico de drogas.
Na década de 80 o crack assolou a cidade, sendo que a região mais afetada, ou seja, onde se concentrava a cracolândia nova-iorquina era o Bryant Park, coração de Manhattan, a uma quadra da Grand Central, maior estação de trens do mundo e um dos cartões postais da cidade.
O mercado de drogas era a céu aberto cercado por traficantes, viciados e mendigos, o crack havia se espalhado por toda a cidade, devido a combinação de baixo preço e do prazer instantâneo, esta era a avaliação da polícia, parecia um caso sem solução.
Pois bem, 25 anos se passaram e como disse, hoje Nova York como um todo não é nem sobra daquele cenário horrendo, com vontade política e muito trabalhos, conseguiram não só diminuir os índices de criminalidade como criar uma política de combate ao uso do crack . O programa utilizado pelo Prefeito Rudolph Giuliani, era simples, tornou a segurança dos cidadãos de Nova York prioridade máxima.
Definido isto e com apoio da população, ele formou equipes multidisciplinares que tornou o programa batizado de tolerância zero um sucesso. Houve um enfrentamento das drogas em todos os flancos possíveis, desde acompanhamento e tratamento das vítimas do crack até a dissecação dos pontos e dos agentes facilitadores da distribuição das drogas.
A polícia que antes só espalhava os traficantes, passou a combater de forma inteligente e terminou por tornar a cidade de Nova York um ponto não interessante para este tipo de negócio.
Aqui no Brasil toda cidade média já se tornou uma “Manhattan” de 25 anos atrás, nossas cidade estão lotadas de “Zumbis” que fazem qualquer coisa para conseguir fumar um “pedra” de crack.
Rondonópolis recém completou seus 200 mil habitantes, é a jóia da coroa matogrossense, devido ao peso que tem no bolo tributário do estado, aqui os números das exportações gigantescos, é uma cidade que está uma invejável exponencial de crescimento. Diretamente proporcional ao crescimento, está o aumento da criminalidade, a cidade está sitiada.
As quadrilhas entram nas casas e apartamentos, amarram as vítimas, as humilham e por último levam tudo, que possa alimentar a “caldeira” do tráfico. Ultimamente, tem sido raro o mês que não sou acordado no meio da noite pelo telefonema de algum amigo que teve a casa assaltada.
Tem coisa mais aterrorizante que um pai ver seus filhos ficarem sob a mira de armas, sem nada poder fazer, para protegê-los? Tem coisa mais incapacitante saber, que quase metade do que este mesmo pai ganha anualmente, vai para o estado, lhe garantir serviços públicos de qualidade dentre eles segurança?
Estamos de joelhos, prostrados por não ver a menor vontade política do governo em resolver o problema, proporcionalmente Rondonópolis tem menos policiais que a cidade de Primavera do Leste.
Se bem que se tivéssemos o dobro de policiais a situação pouco mudaria, porque sem virar política de governo levada a sério fica só no feijão com arroz. A própria Nova York antes do plano de Rudolph Giuliani, chegou a ter dois policiais em cada esquina e os índices continuavam nas alturas.
Em Rondonópolis a cada “grito” da população o governo vem aqui e faz uma audiência, já nem sei quantas foram, de ação concreta, nada. Algo precisa ser feito, Rondonópolis está numa luta e está nas “cordas” sem esboçar reação, é urgente a necessidade da sociedade se unir, e exigir que o governo do estado cumpra o seu papel.
* JOSÉ ANTÔNIO DOS SANTOS MEDEIROS é suplente de senador