LUCAS RODRIGUES
É possível respeitar o homossexual, mas não aceitar a sua condição? Aparentemente, boa parte da sociedade brasileira acredita que sim, a julgar pelas opiniões lançadas à exaustão nas redes sociais, em artigos de opinião e em milhares de comentários em sites de notícias e no próprio boca a boca popular.
O clássico “respeito, mas não aceito” não é um fenômeno novo. Porém, a força que tem ganhado nos últimos anos para “aliviar a barra” de quem necessita vociferar sua homofobia aos quatro cantos da Terra, mas, ao mesmo tempo, não quer ser considerado preconceituoso, chega a assustar.
Este jargão já pode ser equiparado ao “até tenho amigos gays” ou ao igualmente clássico “nada contra, mas o que vou dizer aos meus filhos se enxergarem dois homens se beijando?”.
Há, todavia, um diferencial: o discurso de poder. Até pouco tempo, as vozes opressoras que citavam Levítico Cap.18 vers. 22 (Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação) tinham força para “desmoralizar” a luta LGBT perante a sociedade.
Os tempos mudaram, ainda bem. As lutas das minorias conseguiram trazer muitos adeptos, e com eles, muitos frutos. A publicidade, o jornalismo, a mídia, os artistas, os escritores, os atores, os ídolos musicais, os movimentos sociais têm, em sua maioria, promovido o respeito e aceitação aos LGBT.
A inércia do Poder Legislativo sobre o tema, fruto de lobby das bancadas conservadoras, foram parcialmente supridas pela atuação do Poder Judiciário. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo[1] e o Conselho Nacional de Justiça já autorizou o casamento entre iguais no país[2].
Fora isso, a ciência tem feito importantes descobertas que, se não provam em definitivo que alguém nasce gay, pelo menos já derrubam as crenças de que orientação sexual é uma escolha[3].
Hoje, a mídia que se comporta de maneira homofóbica é massacrada. Os lideres políticos e religiosos que pregam homofobia são hostilizados (ainda que consigam também muitos adeptos).
Ainda com medo da exposição, tendo em vista os índices alarmantes de violência contra esta minoria, a comunidade LGBT pôde, pouco a pouco, “sair do armário”. Seja gay, bi, trans, travesti, a onda colorida está nas ruas. O homossexual está aprendendo a se aceitar e se amar como é, com o apoio de aliados que até então ele não tinha.
Não é difícil prever o resultado de tudo isso. O fracasso do uso de uma interpretação seletiva e distorcida da Bíblia, de pesquisas inexistentes, da “anormalidade”, de “Adão e Eva, e não Adão e Ivo” levaram os homofóbicos a utilizarem um de seus últimos argumentos aparentemente racionais: o “respeito, mas não aceito”.
Este argumento, se é que pode ser chamado assim, é um ato de desespero. Desespero de uma parcela da sociedade que ainda não se conformou em saber que o homossexual não está mais lhe pedindo autorização para nada.
Porque a ênfase em “mas não aceito”? Simples. Este grupo de pessoas ainda acha que o homossexual precisa de sua autorização para ser quem é. Que o homossexual vai estar cheio de culpa ao lhe contar sobre a orientação e irá suplicar para que continue a gostar dele mesmo assim, como acontecia há pouco tempo – e, infelizmente, ainda acontece.
O “respeito, mas não aceito” é pura birra. Birra de criança que perdeu o brinquedo em uma aposta e agora quer quebrar todos os brinquedos do amiguinho. É perda de poder, perda de controle.
O “respeito, mas não aceito” é nostalgia de quem quer a volta da época em que, para ser aceito, o homossexual precisaria “compensar o defeito” sendo, no mínimo, um gênio.
Época em que só ídolos como Freddie Mercury e Elton John possuíam “autorização” para serem gays publicamente. Época em que pessoas gordas precisavam ser muito simpáticas ou talentosas para que alguém gostasse delas. Época em que um homem negro só era respeitado se fosse campeão olímpico.
O “respeito, mas não aceito” é irresignação de quem quer continuar a ter o prazer de “fazer um favor” a um homossexual, aceitando-o e, quem sabe, dando-lhe um emprego. De quem não aceita que perdeu de uma vez por todas a prerrogativa de decidir e/ou permitir sobre a felicidade e a vida alheia.
Respeito é estima, é consideração, é um sentimento positivo para com o outro. Não é possível respeitar alguém tentando o privar de ser quem é ou achando que o homossexual só pode ser ele mesmo “em casa” e, na rua, seguir um padrão imposto pela maioria.
O “respeito, mas não aceito” é aquele cara que diz que anos 80 é que era bom. Já está na hora de entender, seja pelo amor ao próximo ou pela inteligência, que essa época não volta mais.
Lucas Rodrigues é graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso e pós-graduando em Ciências Políticas pelo Instituto Cuiabano de Educação.
[1] STF. Supremo reconhece união homoafetiva, http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=178931. Acesso em 23 de agosto de 2015.
[2] Folha de São Paulo. CNJ obriga cartórios de todo o país a celebrar casamento entre gays, http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/05/1278302-cnj-estabelece-casamento-gay-em-todo-pais.shtml. Acesso em 23 de agosto de 2015.
[3] G1. Homem gay tem cérebro feminino, comprova estudo, http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL602802-5603,00-HOMEM+GAY+TEM+CEREBRO+FEMININO+COMPROVA+ESTUDO.html. Acesso em 23 de agosto de 2015.
Vladimir Dobre 25/12/2022
Vocês são doentes só pode. O que um adulto escolhe para si deve ser respeitado desde que essa escolha não atinja nem prejudique outra pessoa. Ser gay é sim uma escolha e deve sim ser respeitada. O que vocês lacradores não aceitam é que existe um princípio de respeito mútuo que em 99% das vezes não é o comportamento dos defensores da gays. Um homem gay tem seu direito de escolher e de ser gay. Mas esse direito não lhe permite que se insinue ou até provoque um outro homem que não seja gay. A mesma regra vale para as mulheres gays. O interessante é que se um homem hetero se insinua ou da em cima de uma mulher logo aparecem dezenas de julgadores ávidos pela condenação do ato praticado pelo hétero. A mas se um homem gay encarna incute em suas ideias que ele quer aquele homem hetero para ele aí sai de baixo tudo é permitido e tudo pode e aí do hetero que der uma boa esculachada no gay sobre o seu comportamento. Vocês sempre usam dois pesos e duas medidas. A bíblia é clara é pecado é errado e deve ser evitado. Agora vem a parte que vocês lacradores não compreendem e não aceitam essas regras são válidas para os cristãos para quem crê em Deus e segue seus preceitos. Logo o ser humano que deseja viver a vida sem o compromisso com regras cristãs é simples se afaste viva sua vida não tente mudar a vida dos outros viva a sua vida e deixe que os outros vivam suas vidas. A respeito da educação pública é muito simples deve ser ensinado e exigido o respeito a todos e entre todos e ponto final. A opção sexual a maneira de viver de cada um diz respeito a cada um. Basta respeitar o próximo a crença do próximo o estilo de vida do próximo e o ciclo de amizades do próximo. Tudo é muito simples vocês defensores do lgbtqikghftxz que complicam querendo que todos idolatram vocês e os aceitem em todos os lugares. A vida e feita de escolha um drogado já mais será aceito em um ambiente familiar saudável. E não vem dizer que a família deve aceitar já passou da hora das pessoas entenderem que toda escolha gera uma consequência. E é simples cada um aceite a consequência das suas escolhas e pronto a vida segue. Daqui um pouco vocês vão dizer que todos devemos perdoar tudo que outros nos fizeram de errado. Como se a vítima tivesse a obrigação de absolver quem lhe fez mau. Ora essa escolha é individual e o que vez o que me fez o mau eu nao estou nem aí se está vivo feliz vivendo melhor que eu ou se está morto ou morrendo sofrendo ou em uma condição desgraçada. Não me importo e isso deve ser respeitado. Se eu não me cinto bem com a pregação do padre ou do pasto da minha igreja simplesmente para de frequentar não existe a necessidade do embate. E se a maioria não estiver satisfeito com esse pregador que essa maioria pare de ir a essa igreja é tudo muito simples. Se o gay se sente mau em sua família que vá para o mundo busque sua felicidade ou será que essa felicidade depende da aceitação??? Rapaz quem se faz feliz não depende nem deve se importar com a opinião dos outros. Mas os lacradores são hipócritas arrogantes e prepotentes pois querem impor suas escolhas para que todos aceitem como se essa atitude fosse normal. Ninguém deve ser obrigado a aceitar nada e ninguém deve ser obrigado a se moldar a vontade de outro(s) é esse o problema de vocês ao invés de ensinarem e estimularem a auto confiança a Independência de ser vocês criam dependentes da aceitação para viver. Essa é minha opinião e antes que alguém venha encher meu saco sobre ela. Eu aviso esse é meu direito é minha escolha e deve ser respeitada tal qual eu respeito a sua escolha inclusive de falar o que quiser sobre meu texto mas não admito que venha me atacar ou blasfemar sobre minha fé e minhas escolhas. Passar bem.
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