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Cuiabá, 17 de Junho de 2025
17 de Junho de 2025

17 de Junho de 2025, 14h:18 - A | A

OPINIÃO / WILSON CARLOS FUÁH

Conviver com o vazio diário

WILSON CARLOS FUÁH



As escolhas que fazemos moldam os contornos da nossa convivência diária. E se você, por infortúnio ou desatenção, escolheu como companheiro alguém que vive em estado permanente de crítica — daqueles que reclamam de tudo e de todos —, saiba que provavelmente escolheu mal. Essa pessoa, envolta em desamor por si mesma, esconde a própria insatisfação por trás de uma máscara de julgamento constante. A consequência? Seus dias serão feitos de lamentos, amarguras e ressentimentos despejados como chuva ácida sobre o terreno frágil do afeto.

É nos pequenos momentos do convívio que os verdadeiros sinais aparecem. Quando alguém não consegue enxergar beleza nas simplicidades da vida, despreza os humildes, confunde ego com autoestima e arrogância com dignidade... cuidado. Você pode ter se unido a um professor do avesso — um mestre das críticas infundadas, que condena antes de ouvir, e que nunca está satisfeito com nada, nem com ninguém.

Pode trocar de roupa a cada hora, pintar os cabelos de todas as cores da paleta, fazer plásticas ou reinventar sua aparência mil vezes — não haverá elogios. Viver ao lado de alguém assim é habitar um espelho embaçado, onde a sua imagem está sempre sendo julgada por critérios inalcançáveis. Um verdadeiro cárcere emocional, onde a perfeição é um fantasma que assombra e a espontaneidade é condenada ao silêncio.

A pior solidão é aquela sentida ao lado de alguém. E nada é mais solitário do que viver com quem não tem amor por si mesmo. Pessoas assim acreditam ser juradas do mundo, com a missão autoimposta de apontar erros alheios. Mas no fundo, o que não suportam é o que veem no próprio reflexo. Sua insegurança é tóxica e, não raro, contamina os filhos, os amigos, o ambiente.

Esses são os instaladores de painéis da insatisfação: onde quer que cheguem, trazem com eles a sombra do descontentamento. Vivem em constante mudança, mas nunca se transformam. Mudam de casa, de emprego, de rumo, sem jamais desfazer as malas da alma. E quem ousa caminhar ao lado deles, cedo ou tarde se vê cansado, exausto, tentando, em vão, silenciar o hino lamurioso que ecoa dia após dia, vindo da boca da sua suposta metade.

Sim, todos nós erramos. Todos temos cicatrizes, arrependimentos, e momentos que nos envergonham — e que podem nos fazer sorrir sozinhos ao lembrar e dizer: como fui infantil! Mas essas experiências devem servir de aprendizado. Não como ferramentas de tortura que outros usam para nos diminuir, mas como alicerces para uma vida mais leve, verdadeira e plena.

*Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e pesquisador das Relações Sociais e Políticas, Graduado em Ciências e Econômicas.

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