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Cuiabá, 15 de Fevereiro de 2025
15 de Fevereiro de 2025

05 de Junho de 2018, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / RENATO DE PAIVA PEREIRA

Greve levou R$ 75 bilhões

A força que grande parte da sociedade está dando aos grevistas pode estar criando monstros insaciáveis e sanguinários



Levantamento feito pelo Data Folha, órgão de pesquisa ligado ao jornal Folha de São Paulo, afirma que quase 90% dos entrevistados apoiaram a greve dos caminhoneiros, mesmo depois de impedirem o desbloqueio das estradas a despeito de terem conseguido tudo o que queriam.

Este é o lado condenável dos grevistas apoiados pelos ingênuos cidadãos desinformados, que conviveram por 10 dias com as filas de postos de gasolina e estão pagando mais caro por tudo que consomem, quando encontram o que comprar.

Estranho como a população louva os caminhoneiros e esquecem-se dos pequenos produtores de alimentos, que jogaram no lixo grande quantidade de hortaliças e frutas. Também não veem os criadores de suínos, cujos animais ficaram sem comida e os avicultores obrigados a enterrar as aves que morreram de fome aguardando os caminhões criminosamente bloqueados nas estradas.

Entretanto o foco aqui não é o caminhoneiro, embora ele seja o responsável pela fome e morte dos animais e o gigantesco prejuízo imposto à nação, mas os incautos que estimularam a longa paralisação, abraçando a causa das empresas de transporte.

Se estes apoiadores reservassem 1% do tempo que gastam no Wats App para ler jornais ou consultar sites sérios, saberiam que não é possível fazer concessões tributárias a uma categoria sem prejudicar outra. Os benefícios concedidos aos grevistas, como esperado, já foram retirados da educação e da saúde em recente decisão do governo.

Como aconteceu em 2013 com as greves e depredações por causa do aumento de vinte centavos na passagem de ônibus, vivemos outro momento de convulsão social começado pelos caminhoneiros e com possibilidades de se alastrar para outros segmentos.

A força que grande parte da sociedade está dando aos grevistas pode estar criando monstros insaciáveis e sanguinários, que percebendo a fraqueza do governo farão o diabo para extrair benefícios.

Aproveitando esse clima de revolta e desconhecimento do povo, políticos calibram o discurso para enganar os eleitores. Sabendo que austeridade não rende votos garantem que o país é muito rico e que o caminho é destravar a economia aumentando os gastos públicos, o que é uma falácia.

O governo Temer está morto, o que aumenta o perigo de movimentos como o que acabamos de ver escapar do controle. Ele morreu quando foi divulgada a gravação do Joesley Batista: “tem que manter isso aí, viu”. Mas o trauma sofrido com o impedimento da Dilma recomenda cautela. Como estamos a quatro meses da eleição é absolutamente inoportuna qualquer tentativa de tirar o atual comandante e colocar o presidente da Câmara em seu lugar.

Obs. Ao contrário do que alardeiam os sindicalistas, o ex-presidente da Petrobrás Pedro Parente foi chamado para tirar o país do apagão em 2002, missão que cumpriu com brilhantismo. Infelizmente agora sai da estatal, depois de tê-la recuperado financeira e moralmente. Sindicalistas e caminhoneiros batem palma, enquanto o dólar explode, as ações da estatal desabam e o país fica mais pobre.

RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor.

[email protected]

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