A forma como nós processamos as visões destas pessoas em ruas, semáforos, prédios ou praças públicas precisa ser aprofundada, pois hoje, em boa parte das vezes, quando abordados por mendigos ou andarilhos, muitas vezes não se tem a sensibilidade de pensar por que eles estão neste caminho, nesta vida, neste eterno dilema existencial, neste conflito, neste sofrimento.
O fato é que, não somente o poder público não tem há capacidade de cuidar disto sozinho, nem somente as igrejas, lar espíritas e entidades beneficentes, também não tem este pó de pirimplimplim para sanar isto.
Portanto, é também nossa missão, como cristãos, ficarmos atentos e quando pudermos ajudar, o fazer, sempre com um olhar de profunda gratidão de poder fazer algo pelo semelhante, sem julgamentos, mas com reflexões.
Muito de minha formação pessoal, se fez nos clubes de serviços, fiz partes de vários deles e sei de toda importância destas organizações voluntárias, portanto, também cabe muito a nós, de forma discreta, fraterna e desprendida, também colaborar de alguma forma, quando encontramos um andarilho ou mendigo ou uma campanha social de apoio.
Sim, é claro, hoje em dia, temos que ficar alertas, pois podem existir alguns infiltrados, aproveitadores, buscando apenas algumas vantagens, porém, não vamos levar a exceção para ser regra e neste universo global, veloz, onde tudo se transforma de forma tão voraz, ajudar alguém sempre fará bem ao seu coração.
Faça o teste, olhe mais devagar a vida que passa pelo vidro de seu carro, pense com seus botões: "por que será que aquele homem ou mulher esta ali, andando com um cajado pela estrada, rua, ou parado na esquina?"
Vamos desacelerar, enxergar além das novas projeções materiais, ou você acha, acredita que aquela pessoa escolheu mesmo, ser mendigo?
FERNANDO ASSUNÇÃO é empresário e líder político.
