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Cuiabá, 13 de Fevereiro de 2025
13 de Fevereiro de 2025

26 de Fevereiro de 2018, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / ONOFRE RIBEIRO

E agora, Pedro?

O discurso da crise já estava assimilado pela população, pelos poderes e até pelos funcionários públicos



A gestão do governador Pedro Taques tem sido uma sucessão de metamorfoses. Cada hora tem uma cara e um discurso. O saldo tem sido uma sucessão de coerências e de incoerências.

Hora amado, hora odiado. E assim perto de concluir o último ano do seu mandato entra numa nova metamorfose.

Terminou o ano de 2017 com a perspectiva de que a liberação do Fundo de Exportações – FEX, mais impostos recuperados na mesma ocasião, somados à aprovação da PEC do Teto pela Assembleia Legislativa, dariam uma folga de caixa ao governo.

Com isso, iniciaria o ano em boa situação financeira. Afastaria os fantasmas do atraso de salários do funcionalismo público e os repasses de duodécimo aos poderes.

Além de pagar os fornecedores de todos os setores em atraso. Janeiro começou atravessado. Os poderes em rota de colisão. O funcionalismo público sobressaltado pelo medo de atrasos no salário.

Fornecedores em grande aperto financeiro. Mas o pior de tudo foi o governador Pedro Taques iniciar o ano com o discurso da crise tão forte como foi nos piores momentos de 2017.

Na abertura dos trabalhos legislativos de 2018 na Assembleia Legislativa o governador fez um discurso sombrio. Seguramente foi mal orientado. Por que? Por motivos simples.

O discurso da crise já estava assimilado pela população, pelos poderes e até pelos funcionários públicos. Estes deram uma trégua na aprovação da PEC do teto.

Perderam os anéis pra não perder os dedos. Mas a reconstrução do discurso sombrio de crise em 2018 veio com um adendo massacrante.

Denunciou que o pior de tudo é o descontrole fiscal do estado. Isso não estava claro pra sociedade. Ela compreendia a crise e sabia que dentro dela estavam embutidas muitas dificuldades. Mas sanáveis.

No seu discurso o governador Pedro Taques exagerou nas cores escuras. Isolou-se de novo. Vinha muito bem na estruturação de um diálogo com os poderes, os fornecedores, os servidores públicos e a sociedade.

Certamente falou por mau aconselhamento. Mas há tempo pra corrigir o estrago. Mesmo nos seus piores momentos anteriormente, Mato Grosso sempre foi otimista.

Tem uma economia positiva, sustentável e crescente. O ambiente mundial é favorável à sua economia. As crises sempre foram piores dentro da gestão pública.

O governador tem bons secretários nas áreas do planejamento, da fazenda, do desenvolvimento econômico, da infraestrutura, entre outros.

Deveria sentar com eles, reunir, discutir e construir um discurso realista e otimista. Se o governante encosta a mala, contamina a todo mundo.

Segura a mala, governador! O ambiente futuro é positivo pra economia. Pra política, só Deus sabe. Pra sociedade interessa só a economia. Mas não é o fim do mundo.

Não jogue fora o otimismo histórico de todos nós. Foi construído com muita dor e dificuldades! Aprendi na vida: tudo passa!

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.

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