PEDRO NADAF
Hoje é Natal. Mais uma vez uma história que atravessa os séculos é repetida. Mais uma vez o dia 25 de dezembro se inicia com muitas luzes, mesas fartas, trocas de presentes, abraços, e orações. Muitos foram à ‘Missa do Galo’, mantendo a tradição católica, iniciando a celebração do nascimento de Jesus. Em muitos lares, árvore enfeitada e o presépio, representando o nascimento daquele que veio a terra para salvar a humanidade.
Nem todos, entretanto, comemoram a data, que nós brasileiros consideramos como a mais bonita e significativa do calendário. Os muçulmanos, judeus, budistas não tem a prática de reverenciar o Natal, devido ser inserido nas festas religiosas. Ocorre, por outro lado, que por laços de amizade muitos compartilham do ato de dar presentes, atendendo ao chamado, analisando-se pela ótica mais comercial do Natal, e também da generosidade, fraternidade e solidariedade.
Percebo que há uma multiplicidade de mundos, num só mundo e as diferenças nos dias de hoje fazem parte do nosso convívio, permitindo que as barreiras já não prejudiquem tanto o ciclo de evolução que experimentamos quando passamos a nos inserir na cultura do outro. Se consideramos que o nosso tempo é contado a partir do dia 25 de dezembro, do ano em que Maria deu a luz ao Salvador, isso é cultural.
A referência da data, de 25 de dezembro, por mais que seja questionada, ainda que baseando-se em relatos bíblicos e nas histórias relevantes no âmbito da própria igreja católica, tem um forte apelo e energia suficientes para comemorarmos, e nos emocionar.
A Bíblia Sagrada não informa a data do nascimento de Jesus Cristo, e traz algumas evidências de que não foi 25 de dezembro. Um exemplo está em Lucas 2:8 que diz ‘Os pastores estavam vivendo ao ar livre e mantendo de noite vigílias sobre os seus rebanhos’. Ocorre, entretanto, que devido as baixas temperaturas, os rebanhos na época ficavam ao ar livre somente em período compreendido de março a novembro. Ou seja, a narrativa tem controvérsia.
Jesus pode ter nascido em março, maio, setembro, ou novembro, mas o que motiva mesmo é o espírito natalino, que se apossou de um dia do calendário e isso para a nossa cultura basta. A data de 25 de dezembro foi inundada por boas energias, pela partilha, pela luz da esperança, pela fé e pelo tempo de reflexão. Feliz Natal!
PEDRO NADAF é secretário-chefe da Casa Civil e presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio/Sesc e Senac).