Há anos, venho tentando nos últimos lançar algum tipo de provocação sobre o ano seguinte.
Claro que é só um exercício de futurologia porque são milhares e milhares as possibilidades de mudanças no percurso do ano.
O homem tem essa capacidade de fazer escolher e determinar os rumos do seu destino. Isso se chama imprevisibilidade.
Porém, esses últimos anos marcaram uma série de indicações de transformações bem diferentes.
Vou me referir a duas apenas. A primeira, a ruptura entre a juventude e os adultos.
A segunda, a rápida invasão da inteligência artificial sobre todas os produtos, pessoas e modo de fazer e de viver as coisas.
Na década de 1990, os computadores invadiram a vida das pessoas e das empresas e instituições públicas e privadas.
Simplificaram modo de fazer tudo, e mudaram junto o modo de viver. Vieram em seguida a internet, os notebooks e, depois, os celulares
A internet evoluiu séculos em pouco mais de 20 anos. Os celulares arrebentaram todas as teses mais loucas da imaginação humana.
Mas, se tudo parecia se resumir aos celulares, alguém começou a produzir uma nova linguagem absurda, chamada de algoritmos, que trouxe junto a inteligência artificial.
Ou seja, as máquinas eletrônicas podem pensar pelo sistema de copiar as ações e reações humanas. Além de inovar.
Não há mais nenhum campo da vida humana em que a inteligência artificial não esteja entrando e transformando.
Aqui entram os jovens e se cruzam dentro dessa planície de modernidades. Mais aptos às novas linguagens, assumiram o mundo dos telefones celulares e se distanciaram rapidamente dos adultos.
O próprio falar já não se dá linear entre jovens e adultos. Entre eles também mudaram as linguagens.
No lugar da fala verbal ancestral, usam imagens de carinhas e emojis, que expressam seus sentimentos e reduzem as falas a simples expressões de sentimentos momentâneos. Morrem as vogais em loucas abreviações.
Esse novo cenário jovem põe em cheque todos os tipos de autoridades tradicionais: política, econômica, judiciária, empregatícia, valores, sentimentos e princípios históricos.
A velocidade como isso está acontecendo não permite um acompanhamento regular, até mesmo, para especialistas nessas áreas do comportamento.
É um mundo novo que está nas ficções científicas e não obedece a quaisquer padrões conhecidos.
Encerro este artigo imaginando como ele estará superado nesta mesma data, no fim de 2018.
Quem pensa que pode voltar atrás e reviver o conforto dos pensamentos estacionados vai morrer angustiado e desajustado nas novas realidades.
Voltarei ao assunto amanhã.
ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.